segunda-feira, 16 de março de 2009

A Impetuosa

Acho que tudo terminou como devia terminar; como havia começado. O Pedro me perdoou. Eu surtei naquele dia, eu não sei o que aconteceu... Ao mesmo tempo em que me sentia atraída pela Laura, o Pedro mexia muito comigo... Não só sexualmente, era inexplicável.
A gente se separou, agora. Há pouco mais de um mês, eu acho. Não era mais pra acontecer, a nossa história de amor acabou, sabe? Não tem mais por que continuarmos juntos... Não temos que forçar, sabe? Não temos o que forçar! Já não há mais amor. Não esse amor. Houve desejo, até paixão, mas amor, não. Acho que o amor que sinto, agora, por ele, é mais fraternal... Eu não sei, são os tipos de amor, sabe? Eu não quero passar a minha vida com ele, mas sei que haverá momentos em que precisarei dele! Sabe? Pra conversar, tomar um café, falar besteira até de madrugada... É um amor diferente.
Quanto a Laura, eu me sinto um pouco culpada... Não que eu pudesse controlar, ou suprimir o que eu sentia pelo Pedro. Eu acredito que o homem é impetuoso, e tem que ser assim, sabe, pra ser sincero consigo mesmo, entende?! Não se trata de descontrole, mas de atender desejos do seu próprio corpo, do seu próprio eu. A pessoa que suprime os seus desejos não é ela mesma. E essa não sou eu. O que eu senti pelo Pedro, quando eu estava com a Laura, foi o mesmo que eu senti pela Laura, quando estava com o Pedro, alguns anos atrás! Impulsos. Ímpetos. Hoje eu vejo dessa forma.
Eu sinto falta dela. Da Laura. Parece clichê, mas realmente só valorizamos aquilo que temos, que sentimos, ou que temos alguém sentindo por nós, quando o perdemos. Acho que foi uma troca. Ela virou a minha vida de ponta cabeça - mas de um jeito bom. E eu virei a dela também - de um jeito melhor ainda...
Foi uma troca que me fez refletir e, com certeza, crescer bastante. É a universalidade, sabe? O amor a paixão o desejo... É só a universalidade...

Matheus Marques

quarta-feira, 11 de março de 2009

O Machucador

Eu acho que é só sobre o amor. A universalidade, sabe? E os tipos de amor. Eu percebo, agora, o quanto eu amo a Laura. Ela mexeu tanto comigo, como nenhuma outra mulher... É tão estranho isso! Eu nunca achei que me apaixonaria. Ainda mais pela Laura! E eu ainda a mandei tirar o bebê... Eu acho que a gente sabe tão pouco da vida que ignora coisas simples como o amor e a felicidade pura e plena. O homem brinca de viver, e vive de machucar! Mas não brinca de machucar. Ele machuca mesmo e fere fundo... Fundo demais. A minha vida sempre foi machucar e ser machucado. A Raquel me machucou e eu a machuquei; a Laura me machucou e eu tentei, mas não consegui machucá-la. E não, não foi por causa do meu filho; por mim, ela tirava aquela criança, Mas não, ela não quis, preferiu fugir. Fugir de mim, da Raquel, da minha vida e da minha culpa. Mas agora eu aprendi: a vida é um carrossel de tristezas, alegrias, dúvidas e emoções. E a gente passeia por ela, subindo e descendo nas ondas nas nossas dores e virtudes. Um carrossel desgovernado que acelera cada vez mais, enquanto aquela música nos ensurdece e as luzes nos cegam até ele nos cuspir e arremessar dali violentamente. (pega uma arma) Agora eu aprendi: o meu carrossel já desgovernou há muito tempo. (se mata)

Matheus Marques