quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Páish

Seria a infinita paz que O Teatro Mágico diz na música? Bem, é teatro. Ou é de teatro, ou foi no teatro. E, certamente, é mágico, ou foi mágico, ou é mágica - não magia, essa é outra coisa, tão boa quanto. Não sei, só sei que estou assim. Assim com esse sorriso bobo que me serve de prognóstico, de sinal que algo está acontecendo ou está para acontecer.

E aí recomeço... Recomeço a escrever, a devanear, a tirar os pés do chão. Como adoro essas viagens por todos esses âmbitos do querer, do sonhar...! É claro que se muito metafísico, perde a graça... O interessante é justamente a dimensão real do sonho, pois pra que sonhar se não almejamos, em alguma instância, a realização? "Somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos, basta acordar-se para dentro...".

Assim, continuo. Irei firme, prometo, nessa dupla ação idealizadora/realista, procurando acordar-me e reciclar-me para dentro. Relendo, revisando, revivendo cada frase proferida, escrita, pensada, sentida. Nesta dupla missão, senão como duplo, eu dublo uma voz que me antecede. Uma voz como um personagem - que sei que sou - todo voz, mas todo voz passiva e voz ativa; todo voz proferida e voz escutada; todo (semi)agente e (im)paciente.

Ponta-cabeçamente e semi-conscientemente, e todo neologisticamente, encerro. Encerro apenas o texto. Além dessas poucas palavras nada muda. Por entre seus espaços, por entre o teclado e a conjuração, por entre o toque e o aparecer, tudo se esvai ou tudo se cria, e se cria tanto até transbordar. Transborda de sonho, de luz, de amor - de um amor digno de ser sentido. Mas sabe... Pode deixar transbordar. Transbordar é bom, quando de cima para baixo - e não de baixo pra cima, como nesse texto..

domingo, 3 de julho de 2011

Tempo de... Sei lá!

Talvez seja hora de sei lá. De parar um pouco. De dar um pause nesse turbilhão de coisas que me transpassam a cabeça sempre e sempre e sempre. Eu sei os meus problemas, eu os conheço e convivo com eles diariamente. Então pra que gastar mais tempo buscando uma solução? Quando houver solução, eu vou descobrir. Quando houver salvação, eu vou me jogar. Enquanto houver esperança, eu vou continuar. Quando houver mudança, eu mudo junto, não tem problema.

É uma questão de parar. Parar de procurar, parar de procurar entender. Momento de apenas sentir, apenas viver, apenas levar. É uma questão de duas questões: sinceridade e espontaneidade. Sendo sincero, você está sendo você mesmo. E se tal pessoa não gostar, o problema é dela. E ser espontâneo... Bem... Qual a graça de hesitar? De se arrepender? Não nessa vida, cara.

É tempo de, perdoe-me Domingos Oliveira, por dar uma modificadinha na sua frase, não buscar, mas viver (não soluções, mas segundos) munido de um imenso e desmedido amor (não estreito, mas abrangente).

E, sobretudo, é tempo de alegria. Alegria em paz.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Desejo

Às vezes, eu simplesmente quero.
Às vezes, eu só preciso mesmo.
Não de muito, sabe?
De um abraço, de uma música. Daquela música que fará algumas lágrimas rolarem dos meus olhos.

Algumas vezes, eu sonho.
Algumas apenas? Até parece...
Eu sempre sonho, mas meio que não sei mais o que sonhar.

E, às vezes, eu desejo.
Eu desejo com tanta vontade! Desejo com a minha alma, com a minha força, com a minha essência...! E esse desejo atinge... O que mesmo?

Pois é, eu não sei.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O que eu quero de você

Pra começar, a sua atenção. À partir daí, pode deixar comigo. Eu quero o seu abraço, o seu cheiro, o seu toque. As suas palavras bonitas. Eu quero o seu sorriso refletido nos seus olhos, refletidos nos meus olhos, realçados pelo meu sorriso. Eu quero te puxar pelo braço pra pista de dança e não conseguir escutar qualquer coisa que você queria me falar. E, na tentativa de vencer a música ensurdecedora, quando você aproximar a sua boca do meu ouvido, eu vou me arrepiar todo com o seu hálito quente. Eu quero, então, virar meu rosto para o seu, bem devagar, e encarar seus olhos não mais trêmulos, escondendo-se na timidez do seu sorriso. A partir daí, o que eu quero é a síntese de tudo o que está nas entrelinhas desse texto: o seu beijo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Overthinking

Just relax, don't overthink it.

Eu não sei o que é essa coisa que você me causa. Essa coisa que me inquieta. É tão cedo para se dizer qualquer coisa, mas enfim. Acho que essa é a minha necessidade, sempre foi e sempre será: dizer. Eu preciso dizer. Sempre precisei e talvez sempre precisarei. E é pra isso que serve esse blog aqui. Para que eu possa dizer, dizer, dizer, até engasgar com as palavras, mas sempre falar. Essas palavras que dentro de mim ficariam mortas e, consigo, me fariam morrer, quando as solto no ar, elas parecem ganhar tão belas formas... Iludo-me com tais formas e não percebo o óbvio: as palavras apenas dançam ao ar, e mais nada. Às vezes, elas chegam a um ou a outro, mas só. Ainda não passam de palavras.

Just relax, don't overthink it.

Talvez essa seja a solução. Parar de pensar, de falar. Evitar esse confronto entre a cabeça e o coração. Mas assim, quem vai impedir o coração? Todos bem sabemos que os corações (sobretudo esse!) agem por impulso, por bobagem, por passageira vontade. Então me deixo levar por essa liquidez de emoções? Por essa enxurrada que sai do meu peito e que eu bem conheço, mais do que ninguém? Seria essa a solução?

Just relax, don't overthink it.

Relaxar e não pensar demais. Exatamente o que não estou fazendo. Ao pensá-la, nado contra ela. Acho que é complexo e, hum, rotativo demais para se entender. Nesse momento, então, quando não mais quiser soluções complicadas, que eu me lembre de Domingos: "Buscar soluções munido de um imenso e desmedido amor".


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nesse meio tempo

Nesse meio tempo, eu não sei, sabe? Eu simplesmente não sei. Enquanto a mente não para de examinar os sinais e o coração não para de computar os impulsos, eu ainda não tenho um diagnóstico desse meu estado. Um prognóstico? Por experiência própria, deixei de confiar neles. Podem ser muito úteis, como podem dar falsas esperanças, como podem afundar algumas. Ou seja, sem prognósticos.

Nesse meio tempo, vamos tentar marcar um inteiro. Ou, melhor ainda, mais de um tempo. Que sejam vários! Daremos tempo a ele mesmo, para que esse mesmo tempo costure todas as feridas passadas e não as deixe interferir nisso que se inicia. Nisso, que só assim pode ser designado, visto que não sei o que é.

Nesse meio tempo, eu fico por aí.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Re-Tudo (ou Intensidade Escorpiana)

É como se tudo o que eu quisesse agora começasse com 're'. Reencontrar, rever, re-sentir aquele friozinho, aquela tensão de primeiro encontro. Acho que, bem, dessa forma, exatamente igual não vai voltar. O momento é único, para que possamos depois nos deleitar tentando recordar cada segundo do que sentimos.
Pois foi isso, não é? Um primeiro encontro. Quantos assuntos, papos intermináveis, caminhos alheios pelo shopping. Acho que nada importava além da companhia (que acabou se tornando, companhiaS).
Não sei bem como descrever esse primeiro contato. Sei que foi, pelo menos, satisfatório (quase 100% - você sabe o que faltou). De certa forma, não foi bem do jeito que imaginei, mas, sim, foi especial.
E (apesar de, ou justamente por) estar entrando em algo novo, por ora, na minha vida, sei que aquele gostinho de quero mais é o que mais tenho sentido. Não na minha boca (não chegamos a tanto), acho que não no meu coração (não seria cedo demais?), mas na minha, digamos, ansiedade ou intensidade escorpiana.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Calor

Eu relutava. Ah, como relutava! E ainda reluto. Numa noite super sedutora, olhava fixo para a parede, tentando fazer meus desejos desaparecerem. Que o branco da tinta - meu olhar era quente, duro sobre esse branco - absorvesse todo o calor que não estava apenas no olhar, e o levasse embora. Pra longe, bem longe de mim. E, se possível, pra perto de você...

Ah, como eu queria que você sentisse esse calor que eu lhe direcionava! E ainda direciono. Como eu queria, nossa, e como queria, que você quisesse sentir esse calor! Mas esse meu calor. Somente o meu... Ta, não necessariamente somente, mas que, ao menos, também o meu.

A parede já se cansava de mim, e o meu olhar também não mais a aguentava. Levantei. A televisão desligada, assim como o rádio. Minha companhia era o silêncio. E ainda é. Meus passos não possuíam direção, sabe? Eram inquietos, impacientes. Sedentos de algo que nunca tiveram, nem teriam. Acendi o cigarro, quase com o calor dos meus dedos, igualmente indóceis pelo seu toque. Pus o cigarro na boca e o traguei. Senti aquele calor estranho misturando-se àquele que preenchia o meu corpo.

- Que merda. Mas que merda...

E apaguei o cigarro, ao passo que ligava o rádio. A voz impotente da Ana Carolina em meus ouvidos começou a levar-me para longe...

Me escondi / Pra não ter que ver você dizer / Coisas que não merecia ouvir.
Escolhi / O pior lugar pra me esconder / Me tranquei por dentro de você / E não sei mais sair

Não. Não sei mais sair de você. Da sua lembrança, do meu desejo, do que você me causa. Desse calor que você me deu e não pegou de volta. Isso é uma merda, sabia? E a culpa é toda sua... Toda sua.

Pela rua penso em ti / Volto em casa, penso em ti /No trabalho sem querer / Quando vejo, tô pensando em você.