domingo, 24 de abril de 2016

Chiado

Eu não tinha como começar diferente. Diferente daquele chiado gostoso do vinil na voz da Billie... Assim como não podia, não mudaria. Não mudaria absolutamente nada...! Agora temos uma estrela. E não uma qualquer, uma estrela daquelas que chega e se aproxima. Lentamente, vem chegando perto, quase na mesma distância entre a sua boca e a minha. E daí, entra o tempo. E tudo bem... Origami se faz com o tempo mesmo. Cada dobra é tão precisa, que não há por que ter pressa - isso é coisa de coração vagabundo, desejoso de mais. 

Assim como o vinil em looping - 4 vezes, minimamente - parece estar o meu coração. As frases se repetem, o vinho, uma calma e uma paz. Uma clareza que só as maiores despreocupações podem sentir... Acho que seria necessário o alfabeto ao contrário algumas vezes pra descrição não sair do eixo; uma ou duas piruetas, sabendo de onde partir e aonde ir; encaixar exatamente cada dobra, com o carinho que só um coração transformado em dedos conhece.

E a melhor parte: um luar particular, daqueles que entra por uma fresta qualquer e ilumina o escuro, sempre indicando o caminho, que é pra frente, pra onde aponta o coração.