quinta-feira, 25 de junho de 2009

Me Desculpa

Eu não consigo controlar. Não é algo que se controle, mas eu confesso que não me esforço nem um pouco para tentar te esquecer. Eu gosto de te amar. Gosto de pensar em você, de esperar a sua mensagem no celular... Eu acho que amo você. E achei que dessa vez seria diferente. Que dessa vez o meu amor seria retribuído, que eu finalmente tinha encontrado alguém para amar e respeitar. Achei que nos seus lindos olhos e nas bochechas ruborizadas encontraria o amor recíproco. Mas só encontrei o amor. Não a paixão, o amor. Esse que dói e não se sente, esse contentamento descontente e essa dor que desatina sem doer. Mas não. Não foi dessa vez, como não foi em tantas outras. Eu nunca me senti tão perto de alcançar o amor. Nunca o senti tão próximo, como se ele estivesse aqui e de repente, não mais que de depente, do riso fez-se o pranto e a lágrima manchou o papel. De repente, não mais que de repente, parte da esperança se quebra e se resigna. Parte da perseverança se esvai e me abandona. Parte da emoção tão confiante se questiona e reflete.
De repente, não mais que de repente, te amo mais do que nunca.


[puramente ficcional]

quarta-feira, 24 de junho de 2009

AFOGA-ME

Prenda-me a respiração
E não a solta novamente.
Joga-me na cara.
Tudo.
Purifica-me.
Sempre.
Sufoca-me em súplicas,
Afoga-me em desespero.
Mata-me de vontade.
Mata-me de arrependimento.
Afoga-me.
Afoga-me de amor
Afoga-me de perdão.
Afoga-me implorando-me...
Faz-me sentir amado...

Era noite

Era noite e seus passos eram solitários. A rua não fazia barulho. O silêncio ecoava infinitamente. A neblina caía densa sobre seus ombros razoavelmente agasalhados. Era noite e não era nada demais. A lua pousada no céu; as estrelas alinhadas ao nada; a escuridão sentia o frio. E só.

Era noite e seus passos continuavam solitários. E seus olhos encaravam a rua pelas lentes translúcidas. E sua boca tremia charmosamente. As casas estavam apagadas. Os postes, porém, acesos. Era noite e a pouca iluminada rua, levava seu transeunte a lugar algum, mas a algum lugar.

Era noite e seus passos agora eram trêmulos. E mais nada havia a ser dito. E seu punho cerrado estalava. E seus olhos fixavam-se no nada. Era noite e árvores pressentiam em sua sabedoria que algo estava errado ou fora do comum. Que algo aconteceria - e pela noite, não haveria de ser algo bom.

Era noite e seus passos cessaram. E assim continuaram até que noite ainda fosse.

É um mistura de emoções.

Um amálgama.

Acho que nunca, na minha vida inteira senti tanta emoção junta. E o mais estranho é que, ao mesmo tempo em que sentia todas essas fortíssimas emoções, parecia estar inerte, fora de mim, longe do meu próprio corpo. Ao menos, naquele momento eu gostaria de estar dessa maneira, só não foi tão possível - a projeção astral só funciona no Charmed.

Primeiro, eu me senti um imbecil. Um grande imbecil. Elementarmente imbecil. Depois veio a raica. De mim, do meu redor, do mundo, do asfalto, de tudo o que via pela frente. Queria quebrar o maior número de coisas possível... Espatifar aquela vidraça do Banco do Brasil - segundo uns, crime federal - com a minha garrafinha cheia de mate quente... Eu queria... Sei lá, voltar ou acelerar o tempo, qualquer coisa que me fizesse negar o presente (aquele presente, agora, passado).

E aí, desabei. Foi fácil. Apenas isso. Nem melhor ou pior, fácil.

Depois dormi.

E me recompus.

Demorou um pouco, ok, mas recompus. E percebi que era só isso.

Só isso..