domingo, 21 de novembro de 2010

Versos Alugados de Amor

Be my lover and I'll cover you.

O que você espera do amor? O que ele te representa? O amor é pra vida, assim como é pro momento. O amor acontece num instante e pra sempre. É efemeramente eterno. É amplo, geral, maior. Quando soubermos ter amor por tudo e todos, tudo será diferente.

With a thousand sweet kisses...

Manifestar o amor é que é uma delícia...! E é o que mais esquecemos de fazer, sabia? Como pode isso? Quantas vezes, você disse 'eu te amo' hoje? As pessoas precisam saber do nosso amor. Dá um gosto diferente a ele. Assim, o nosso amor não só existe, mas vive. Dentro de nós e nas pessoas amadas. Assim, o amor brinca pelo elo invisível entre as pessoas, tornando-o cada vez maior,

Without you the tears dry. Life goes on, but I'm gone... 'Cause I die without you,

Fazer mal e fazer bem

Entrei no ônibus. Procurei o lugar que mais me agradava, acabei por sentar no último assento da fila da esquerda. Assim que sentei, orei, como de costume. Não sei... De tantas vezes que já executei esse hábito, imagino se o fato de estar são e salvo e afastado dos males decorre desse costume. De qualquer forma, dessa vez, talvez sim.

Sem problemas, o ônibus ia percorrendo o seu percurso. Cheguei até a pensar na tranquilidade daquela viagem, ainda que cheia, num domingo à noite. Eis que o ônibus parou, e, ao abrir suas portas de trás, entraram dois rapazes. "Não vou descer", disseram, em tom de brincadeira. Uma mulher, do lado de fora, colocou sua pequena filha para dentro do ônibus, como fazem de costume, aquelas que não querem fazer as criancinhas pularem a roleta. Depois de embarcada a menina, a mãe decide retornar à porta da frente, para a sua devida entrada.

Há um porém.

O motorista não viu que a mãe da menina entraria pela frente. Crente que todos os passageiros já haviam entrado, arrancou com o ônibus. Irromperam gritos e protestos dos demais passageiros. "A filha da moça está aqui dentro!". "Pare o ônibus!". E ele assim fez. Parou o õnibus e abriu a porta de trás, quem sabe com um pedido de desculpas nos lábios. Quem sabe, não.

O que eu sei: dois rapazes prorromperam pelas portas com toda a fúria e xingamentos que podiam expressar. A mãe, desesperada entrou, entre gritos. O que podia ser, quem sabe, uma razão, tranformou-se em brutalidade: os dois rapazes não pensaram nem meia vez antes de pular a roleta e agredir o motorista. O clima no ônibus era tenso, desesperado. Pessoas corriam, outras se abaixavam, outras apartavam.

E a criança? Chorava. Chorava ingênua, assustada, enquanto os que precisavam, ou deviam, protegê-la, buscavam uma certa vingança, ou acerto de contas sobre um mal-entendido.

Até quando a vingança será mais importante que o alento?
Até quando o fazer mal superará o fazer bem?

Que isso passe.

Maior

Há tantas questões maiores do que nós. Às vezes me pego pensando tanto e tanto na minha vida e no que eu considero que são os meus problemas, e penso: nossa... Mas há tantas pessoas por aí passando por coisas tão piores. Nesse mesmo instante, pessoas passam frio e fome na rua. E eu estou aqui. Confortavelmente sentado de pernas cruzadas.

É justo? Se é, quem determina essa justiça?

É muito mais complicado do que uma questão de justiça, sem dúvida. Mas temos que pensar nisso, não? Quer dizer... A ação é difícil, mas ela se inicia no pensamento. Sempre.

domingo, 14 de novembro de 2010

Nada em Tudo

É estranho e ao mesmo tempo maravilhoso como as coisas têm dado certo pra mim... Nossa...! Estou tão grato que mal consigo escrever. A faculdade, não poderia ter me encontrado melhor em outro lugar. Os trabalhos, os contatos, as oportunidades que me surgem... Às vezes até me assusto, enquanto estendo minhas mãos aos céus e agradeço. Peço proteção e pergunto-me se mereço tanto...

Mereço? Pensando agora, lembro de algumas pessoas que, certamente, diriam que 'sim'. Mas a intenção é refletir mesmo. Mereço? Com tanta gente por aí? Não quero me depreciar. Já fiz isso por tempo demais. Eu não sei, sinceramente, não sei. Mas agradeço e luto. Sempre, luto.

E no meio disso tudo, o meu coração vem e grita. Grita "e eu?". Eu paro. Olho pra ele, e, desviando o olhar para os cantos, digo algo como "Ih é, você está aí, né?".

- Sim, estou. Por mais que você, ou outra pessoa não se deem conta disso.
Eu retruco:
- Como assim, não me dou conta disso? Eu penso, eu vejo, eu sinto você a todo instante. Com pesar, com pena, mas penso... Sabe, coração, eu estou sempre buscando soluções. Pra mim e pra você. É que Às vezes, demora...
- Eu to cansado de esperar!
- Eu sei, coração. Eu juro que sei...

E eu tentei, assim como venho tentando, conversar com ele. Ele, por sua vez, está meio irredutível, sabe? Quer alguém, quer um outro coração pra lhe fazer companhia.

Então, é como se eu tivesse o nada no meio do tudo. Tudo está dando certo, graças a Deus. Mas e esse pontinho? Significa que nunca estaremos plenamente felizes? Que há um rodízio na vida do homem, a fim de que este não se acomode?

Um edifício no meio do mundo. Um sinal no meio de uma ponte. Uma lua no meio da noite. Um coração no meio de um corpo.

domingo, 7 de novembro de 2010

Compressão

E isso é só pra dizer que não. Eu não aguento mais... Dói demais, nossa, como dói...! É como se comprimissem o meu peito, para fazê-lo falar a qualquer custo. E ele sofre... Sofre como nunca antes, como nunca pensou sofrer. Ele chora lágrimas de vergonha, de receio e, sobretudo, de impotência: não pode mudar. Não pode se mudar. Por mais que tenha tentado, há coisas mais fortes do que ele. Não exatamente mais fortes, mas que dão mais trabalho controlar.

E eu sinto essa dor, esse peso preso em cada centímetro do meu corpo, e as maneiras que vejo para fazê-la cessar são as piores possíveis... As possibilidades se misturam e voltam a se perder. A certeza, nunca houve. Há apenas um mar de dúvidas no qual sinto-me afogar lentamente, quase saboreando cada segundo de asfixia, e a agonia que esta me causa.

E, com os olhos turvos sob a água, não vejo fim. Olho para cima e a luz, refratada, se perde dos meus olhos que expulsam lágrimas dissolvidas pela água em que estão envoltas.

Não vejo fim.

sábado, 6 de novembro de 2010

Chorindo

I wish I was the last thing on your mind, before you went to sleep...

É tarde. E eu rolo na cama, em vão. Meus pensamentos não se calam, meu peito não silencia. Meus olhos não param de se revirar e de tentar finalmente descansar. O sonho pra mim tem um gosto especial: é a mais fiel chance de eu me encontrar com você.

Paro, olhando para o teto. Sei o que sinto, mas não o que quero sentir. Em meio a essa confusão de quereres, minhas lágrimas não se contêm e, rindo, choro. De ridículo, de pena, de graça.

E amar nunca foi tão pesaroso e engraçado.

Baú de Amor

Essa coisa de gostar é tão... Chata. É repentina, arrebatadora e sempre, incerta. E não sabemos com clareza o que sentimos, e nos perdemos dentro das nossas próprias dúvidas. Mais e mais. Conforma as pessoas vêm surgindo, tudo só se potencializa... São tantas opções!

O meu amor não pode ser universal? E o meu carinho? Será que eu não posso gostar de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, ainda que de maneiras e com objetivos diferentes?!

Por favor... Eu não estou falando de sacanagem, ou de aproveitamento, ou diversão. Eu to falando, no mínimo, de carinho. Senão de mais... De ligação, de elo, de sentimento incerto, mas sincero, de querer estar junto e de tudo isso ao mesmo tempo numa grande confusão. Vê? Não é tão simples quanto a diversão que chega, vem e vai embora. É algo que fica... Permanece em mim, mora comigo e eu, sinceramente, não quero deixar ir.

Pois se as pessoas podem ser um grande baú de rancor, ou de orgulho, por que não posso eu ser um de amor? Ou de carinho mesmo? Se as pessoas podem odiar mais de uma por anos e anos e carregar todo aquele sentimento ruim por toda a sua vida, arrastando-o para tudo quanto é lado, por que não posso eu fazer o mesmo, só que com amor? E, quem sabe, com mais de uma pessoa? Porque não escolhemos. Simplesmente acontece, nos sentimos assim.

Eu quero distribuir o meu amor. A quem me interessar. A quem eu sentir precisar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Despertar

Começou de um jeito... Doce e feliz. Não que tenha deixado de ser doce, ainda é. Mas... Feliz? Não tenho tanta certeza. A gente insiste no sonho...! A gente não aprende, não se deixa aprender com os antigos erros e volta a cometê-los. Coração dispara, sem compreender, mas o que podemos fazer a respeito? Se o coração não se entende com a mente, então está tudo... Tudo... Certo. Infelizmente, a gente é feito de sonho, e esse conflito vai sempre existir... Não passou, não sumiu; o desejo ainda está aqui. Modificado? Transferido?

Tão leve contra o vento...! Vai, vem, fica e vai de novo... A vida é feita só de luz, assim como nossos sentimentos e emoções. Ora mais fortes, ora mais fracos... Sopram sem pedir perdão. Brincam conosco, às vezes da pior maneira. Ou talvez, o pior seja continuarmos com o sorriso no rosto, e seguirmos...

Como um barco, sem rumo e sem farol. Sem saber aonde iremos, onde chegaremos e, sobretudo, se chegaremos. E outra vez, nos debruçamos nessa... Nessa paixão, digamos. E caímos fundo, de cabeça bem no meio da amplitude dos nossos desejos. Caímos sem medo de nos machucar, enquanto isso é possível... Gritamos: "Lá vou eu!" e pulamos. Sem medo. Como um barco que já sabe o seu farol, mas o pior é que não sabemos...

Parece um sonho, eu sei. E bem gostaria que o fosse. Seria tão mais fácil, o final feliz garantido... Você aqui nos braços meus, e eu cantando aos seus ouvidos... É só ouvir.

Enfim, apesar de não ser um sonho, eu acredito. Acredito na possibilidade, na esperança e, sobretudo, no destino. Não é pecado, sabe? Querer algo a ponto de acreditar - ou procurar acreditar - na sua concretização... Eu acredito.

Agora, quando começou? Tanto tempo faz? Não... Foi recente. O sol brilhou, eu te vi, algumas vezes. E não quis mais deixar de vê-la. Quis passar e passar e visitar e rever. Mesmo sem precisar. Entre as nuvens gordas no céu, via seu rosto, sabe? É, eu sei. É meio ridículo, mas estava ali. Era você no meu pensamento. A todo instante, misturando-se à paisagem e tomando sempre uma nova forma entre as minhas lembranças.

O que eu quero de você? Um afago, talvez. Um carinho, aham. Um beijo, certamente. Só agora que você notou e parou pra ver. Como a sombra que sumiu, tentei manter-me quieto. Resignado ao meu pobre e não-correspondido sentimento. Mas não consegui. As frases sem falar comprimiam-me o peito de tal forma... Já não há mais planos pra seguir. Já passou? Não. E, sinceramente, não sei se passará...

Murmurar, é o que me resta. Antes de dormir, deitado, enquanto olho para o teto. Escutar o seu cantar nas minhas memórias, enquanto visualizo seu rosto. Lua cheia sobre meus sonhos e pensamentos... Vem ouvir. Meu coração está batendo. Há vida aqui, sabe?


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fuga...!

Ah!!
Que delícia isso aqui!
Que sufoco essa falta de tempoq ue não me permite, não me deixa, me aprisiona e me impede DISSO!
DE FAZER ISSO!
De escrever, de postar, de me comunicar, me fazer ouvir, me sentir falar, me sentir, apenas!

Ah...
Posso continuar meu dia agora.
Muito obrigado, ó página em branco.
Muito obrigado!

sábado, 18 de setembro de 2010

Buscar soluções munido de um imenso e desmedido amor.

BUSCAR - Que eu não tenha medo de procurar. Por favor, que eu seja livre, desimpedido e, acima de tudo, corajoso, para buscar sempre em todos os lugares, sobretudo nos corações alheios. SOLUÇÕES - Quais? Qual é o problema? Ou quais são... Eu nem mesmo sei. Mas eles existem... Por mais que eu não saiba, sinto-os aqui, a me questionar sempre. MUNIDO - Arme-se, filho. Você precisa de um arsenal. Tá difícil... IMENSO - Como a imensidão do universo, do mar. Essa imensidão que eu sei que você possui dentro de você. Essa imensidão que resume a sua pessoa, que o define como é, como não sabe ser e como no fundo, é. DESMEDIDO - Bonito, não? Arrebatador, avassalador, tudo o que mais quero no momento. Que falte medida, que não se meça, que esbanje, que acabe. Que recompense toda a falta... AMOR - Que enfim, venha.

Intensas Asas

As pessoas vêm surgindo de uma forma que me assusta... De repente, elas estão ali. Sejam segundos, minutos, horas, dias... Elas estão ali e eu também. A falar, perguntar, me envolver de uma forma surreal! Eu juro que não entendo... Sei lá, é uma coisa tão rápida, mas que fica, sabe?

Vai ver, é por isso que dizem que sou intenso. Sei lá... Eu até gosto de ser assim, mas gostaria mais se as pessoas também o fossem.

Acho que preciso me adequar ao mundo e prender um pouco minhas asas.

Não sei

É, eu não sei. Eu simplesmente não sei, ta bom? Já cansei de me fazer promessas - ou a esse meu interlocutor inexistente - de que faria isso ou aquilo, ou que agiria assim ou daquela forma, mas eu repito: não sei.
Não sei mesmo o que fazer. Não sei mesmo o que quero, não sei nem se quero descobrir. Mentira, eu quero descobrir, fato que eu quero, mas quem disse que é fácil? São tantas as possibilidades que eu mesmo crio, que me perco entre elas e fico ali, navegando sem ideia de onde parar. Seria bom parar, sabe? Muito bom mesmo.

Pena que não seja o caso.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre Nós

É diante da vastidão do mundo que percebo o quanto eu sou pequeno, e diante da complexidade do homem que noto como a natureza é simples!
De indivíduos, o mundo transborda; todos com seus "tudos", com suas muitas vidas e seus próprios mundos. Se pensássemos que, assim como nós, cada outra pessoa também possui amores, desejos, amigos, sonhos e tudo que a define como é, se percebêssemos isso, a vida seria tão mais bela! As relações seriam mais ricas, a harmonia, mais real. As pessoas seriam mais reais, e seria bem mais fácil o ser humano ser empático - o que acredito ser a solução para grande parte dos problemas do mundo.
E, ao mesmo tempo, esse turbilhão de informações a que chamamos 'homem' curva-se tão resignadamente diante do esplendor da natureza sobre si e sobre a sua quase nulidade, em comparação ao apreciado. Acho lindo isso... Acho, por mais que o próprio homem não saiba, que é um retorno ao que deveria ter continuado a ser a própria essência do homem; é da natureza que tudo surge, e a ela que tudo retorna. Então, acho lindo perceber que o homem, às vezes, lembra-se disso, quando a realidade estética da natureza toma-lhe o controle e, senão pelo uso do sublime, mostra ao homem a sua essência e meio que o coloca em seu ligar: "Desce do palco, homem, quem manda aqui sou eu!"

Mensageiro de Bergerac

Chame assim ou como quiser. Mensageiro? Cyrano? Isabel? Escolha a sua referência, a ideia será a mesma: o elo. O vínculo, a maldita e impiedosa ligação. Escolha como, escolha por meio de que, não importa. O conflito será o mesmo, a dor, também, assim como o fato.
No rosto, o máscara liberta-se em si mesma, prendendo-me a verdadeira expressão que se deseja (?) passar. No sorriso, um mundo de autotragicidade, autocomicidade, ou se preferir um belo 'auto-humor-pirandelliano'. Sim, essa mistura preenche-me os lábios tão agitados, a palavrear a torto e a direito, também como útil ferramenta do disfarce.
Então, é a isso que me resumo? Disfarce? De quem? De mim, de você, do mundo? De tudo o que me circunda, me amedronta, me afronta, me ataca. E de tudo que quero circundar, amedrontar, afrontar, atacar.
Que esse meu humor pirandelliano cresça, trazendo o sentimento do contrário às suas últimas consequências a mim mesmo. E aí, então, eu possa recomeçar. Quem sabe, recuperado...

domingo, 20 de junho de 2010

Uma flor. Era tudo que ali havia.
Sozinha, esperançosa, esperava o dia
Em que o destino, a longe a levaria.

Um desejo. Era só o que faltava.
Não dela, mas do homem que amava;
Nebuloso já, perto dela não estava.

Um impulso. Nada a menos ou a mais.
Como o Vento, que tudo leva e traz
Destinando, ao fim do aguardo audaz.

Uma ponte. Resumido o seu querer.
Não só dele, que começa a entender
O impossível; doce apego do seu ser.

Um soltar. Nada mais a desejar...!
Uma morte. Será esta boa sorte?
Um destinado. Livre e leve, a seu agrado.

Uma fé. Firme e forte ao que se quer.

Inexprimível

Há sensações que não podem ser escritas.
Como essa, por exemplo; enquanto sinto o sol a arder-me gostosamente e o vento despentear meu já desgrenhado cabelo, percebo.
É um sorrir mais que só sorrir. Uma alegria clandestina que, de repente, não mais que de repente, transforma-se numa felicidade, aí sim, absoluta.

(Foram estas as melhores e alheias palavras que encontrei para definir tais sensações).

Matheus Ácido

(Don't) Stop (Me) Now!

Chega, né?
Não... Está bom?
Uh! Etimologia rocks!
Gente, geometria, que ahazo...
Agora químaica, que máximo!
E sempre tem um quê filosófico, né?

"Haha, se fodeu, otário!"
- Ou não, né... ¬¬
Porra, será que os teatros não têm canhões no proscênio?!
"Inaugural"?! Comigo, é vtnc!

É, realmente, teatro alternativo é o máxemo...
Os loucos são os atores que mesmo, que ovacionam os "lindos movimentos parados".
"A mão pode falar tantas coisas...", sim, existe uma linguagem chamada Libras, buddy.
NÃO GASTE SEUS BRAÇOS! PENSE NA ECONOMIA DELES!

Pureza

No fundo, não é difícil. Acho que é mais fácil do que imaginamos. Sim, esse objetivo pseudomente utópico do homem realiza-se na sua mais... Simples? Ingênua? Espontânea! E plena essência: a felicidade. A essência do homem é se feliz, uma pena ele não saber disso, mas realmente é.
Começa-se a perder o ser feliz no momento em que o procura. Pois a felicidade não é uma questão de 'por quê?', e sim de 'por que não?'. Por que não ser feliz? Será que a vida, o sol a queimar-lhe o rosto, as flores a perfumarem-lhe o ar, não lhe são suficientes?
A essência do homem é ser feliz, uma pena ele não saber disso.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um instante de algo e só

Acho que é essa a definição do que eu senti e venho sentindo. Mas... Se eu venho sentindo, como pode ser 'um instante de algo e só'? Foram, então, instantes? Vários, dos mais diversos ou parecidos instantes? Recorrentes, desejados, esperados instantes? Sim. Pois, quem sabe, eu deseje que seja mais. Não sei exatamente pra que, já que não teria a coragem suficiente pra me valer desse 'mais', mas eu sinto que gostaria. Por que, então? Por uma questão de bobo ego, ou de - pior ainda - tola reciprocidade? Quem sabe, o que seria um problema... Mas, ainda assim, seria bom. Seria real. Seria melhor, sem dúvidas, melhor.

Seria diferente. Seria, quem sabe, realmente, então, 'the only exception'. Seria um mundo, ia ser demais. E eu que achava que, dessa forma, não ficaria preso entre os labirintos do meu coração. Acho que, no fim das contas, esse meu coração babaca vai acabar se intrometendo em todos os assuntos que circundam a minha existência. Ele, simplesmente, não consegue ficar de fora, neutro, observando sem inteferir. Vai ser esse o meu eterno aprimoramento.

Talvez o melhor seja mesmo olhar pra lua e admirar o seu quê de mistério. Pois eu sei que as soluções não surgirão, as respostas não se materializarão e o meu coração não se renderá. Nunca. Pois esta é a sua sina:

Buscar soluções munido de um imenso e desmedido amor.

Só Você

Hoje eu canto só você.

Que eu nem sei quem é.
Que não me imagino sem.
Que vive forte no meu desejo.
Não, nenhuma outra mulher.
A mais perfeita? Nem.
Somente no meu almejo
Ela existe, e até
Que eu a encontre, ninguém
Suprirá o vazio no meu peito.

Desvício

Eu preciso me desviciar de você. Está ficando patológico... Sei lá, tipo dependência. E não to satisfeito com isso, comigo. Que coisa meio fatal...! O que seria eu?

Um viciado, um maníaco, um o que?
Um descontrolado, um impetuoso, um dependente?
Um carente, um envolvido, um querer-ser-envolvente?

Um descontente.
Um insatisfeito, um desejoso, um incerto.
Um confuso, um indizível, um amante.
Um corpo, um beijo, um toque.
Uma conchinha, um cobertor, um frio.
Um calor, um sorriso, um sussurro.
Um chupão, uma marca, uma música.

Acima de tudo, um viciado, desejoso de querer ser algo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bailado

Seus pés deslizavam por todo o salão. O casal bailava divinamente. O blues conduzia-os suavemente por diversos cantos de seu amor ainda desconhecido. O agitar de pratos, a corda estancando-se vibrantemente e o enleio do sax... Ah, o sax! A sua aura que envolvia-os num único corpo e fazia-os entrar na mais profunda comunhão que só a música pode promover. O doce retornar ao passo, ao movimento, à dança por toda a extensão daquele lugar.
Agora eles se olhavam. Agora, era de um ao outro. O olhar que buscava a resposta. A mão que, firme, esperava o sinal. O sorriso que, maroto, crescia-lhes nos lábios ao prever o desfecho mais provável daquela valsa.

Je vois la vie en rose...

Ela pensava, enquanto o bailar agora, era o dos seus lábios.

Chama Semi-Acesa

Eu sei que você não vai ler isso. E também sei que você provavelmente não sabe de nada. Ou se sabe, fingirá que não sabe. Mas, como diz a música, 'what can we do with a sentimental heart?'. Enfim, é a música, sabe? Ela diz tudo. E, apesar de você, possivelmente, não ligar ou se importar, eu sou assim. Eu e esse meu tremendo coração somos assim. E escrevemos, e mostramos e amamos, muito, muito, muito. Então, não, eu não me arrependo. Pois eu sei que, no fundo, você gosta de todo esse cortejo incosciente. Você gosta de me ouvir falar aos seus ouvidos, mesmo sem nunca ter-me ouvido. E você gosta de ler meus versos, mesmo alheia a sua existência ou ao seu direcionamento, ao seu intento. E, eu, acima de tudo, adoro isso tudo. Esse jogo, essa brincadeira, essa... Chama semi-acesa a qual podemos chamar esperança?

Escape

E agora, pra onde eu fujo?
E agora, que direção tomar?
Sigo?
Volto?
Viro e recomeço?
E agora? - Expressão tão, por mim, odiada.
Agora, que eu digo.
Neste exato momento,
Que não mais o é,
pra onde eu fujo, me diz.
Onde?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Música e Texto - Beautiful

Beautiful - Portishead

A maquiagem já estava borrada, tamanha a quantidade de lágrimas derramadas. O cabelo fora desfeito num acesso de raiva, A roupa, tão estranha àquele corpo, parecia querer deixá-lo. O espelho diante de Clara compadecia-se da própria menina que, face à própria e ridícula imagem refletida parecia enxergar-se pela primeira vez de verdade. Sorriu.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Na Medida

Eu adoro o seu jeito, sabe? Esse seu despojamento no falar, no andar... Essa coisa humana de ser, sabe? E acho o máximo como eu ainda consigo enxergar uma menininha em você! Por mais que seja estranho falar ou imaginar, eu consigo.
Te acho na medida, sabe, menina? Na medida da beleza, na medida do descolamento, da meninice, da molequice... Você é um mosaico de medidas perfeitas que cria uma imagem tão bela à primeira vista (de mulher forte, garota cool e descolada) e mais bela ainda à segunda (sim, há uma donzela por detrás do sorriso cool).
E eu acho isso lindo. Tão lindo, quase intimidador. Mas acredito que esse seu vasto coração multifacetado vale a pena ser explorado. E, pra isso, sim, assumo riscos.
Te quero, menina. Todas as suas partes.

sábado, 22 de maio de 2010

Ciúme Precoce

Chega a ser engraçada a forma como o ciúme se manifesta em mim... Ele vem cedo, sabe? Muito cedo mesmo! Quando eu ainda possibilito a coisa, quando penso, repenso, to analisando o caso e, ecolhendo a vítima - ou sendo escolhido por ela - é que ele vem: nessa hora, não pode haver outro. Jamais! Pois é essa a real hora da concorrência, não percebem?!

Quando você namora alguém, você já foi escolhido. Ela já te quer, amigo. O coração dela é seu, assiste a você mantê-lo dessa forma - e, cá entre nós, eu sou bom nisso...! - Então, caros, atentem, certo? Cada qual na sua estratégia ou falta dela. O que me lembra de um ponto muito importante: impetuosidade/espontaneidade não é o mesmo que sinceridade, logo uma coisa não tem nada a ver com a outra. Minha dica? Evitem a primeira. Não fiquem com essa palhaçada de "vou expressar meus sentimentos puramente e fazer o que eu quiser! Vou ligar pra ela 5478 vezes por dia, mandar 50 SMS's por hora e, é claro, ficar de plantão no msn!". Acordem, beleza?

Eu entendo esse furor de paixão. Essa eletricidade que o início de sentimento causa, e, particularmente, adoro! É uma sensação gostosa - não há outra palavra que descreva melhor! - demais. Todo o ritual do quer-não-quer (porque 'flerte' é uma palavra antiquíssima) é uma delícia, uma incerteza saboreável, mas não se esqueçam de tentar ser minimamente racionais.

E eu digo 'tentar', pois sei que é algo difícil de se conseguir realizar - captaram o tom 'experiência própria'? -, mas cujos resultados são muito proveitosos, então tentem tentar. Sejam tentados a tentar, ok?

E quanto ao ciúme...
Para Shakespeare, ele é um monstro de olhos verdes (será coincidência ser essa a cor de meus olhos? xD)
Para outros, é o tempero do amor.
Para mim, é o princípio de uma certeza...!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nebulosa

Ela chorava imóvel. Sentada com os pés bem juntos ao corpo. Seus olhos inudados perdiam-se no nada. Somente o que se ouvia era o som dos soluços; banhados no aroma do seu perfume doce, eles martelavam a noite fria, que entristecia-se cada vez mais com aquela cena. O luar, que adentrava a pequena sala pela janela vazada, também sentia profunda pena daquela jovem abandonada, cujos lábios ainda balbuciavam lentamente os mesmos versos, incansáveis e insaciáveis.

"Entre por essa porta agora.
E diga que me adora.
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida.
Vem, vambora...
Que o que você demora
É o que o tempo leva..."

Assim se fez até sempre. Até a jovem se tornar um borrão naquele lugar; até ela fundir-se ao luar, unir-se à noite e ficar a cantar, por meio da brisa, os mesmos versos tatuados na sua alma, então, nebulosa.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Essa tal Coisa

Eu juro que não sei por que. Juro mesmo. É um preencher tão pleno e tão instantâneo... Reverbera-se com tamanha rapidez, que quando dou por mim, meu coração já sorri e meus olhos já se agitam, a seguir seu passo pelo sonho afora.

Foi tão bom quando eu descobri essa tal coisa que nos morde e nois torna diferentes. Essa tal coisa que faz-me querer mandar um monte de mensagens de texto quando ponho-me a dormir... Foi maravilhoso essa autodescoberta. Descobrir esse sentimento e abraçá-lo sem medo. Querê-lo, amá-lo com tamanha sinceridade incabível em palavras, inexplicável em signos; expressável somente a quem o sente.

Essa tal coisa já fez-me escrever tanto e querer tanto o abraço, o toque, a presença de outras pessoas junto a mim. Ela também já deixou-me tão confuso... Tão, mas tão perdidamente louco no espaço entre a certeza, a dúvida e o gostar.

Essa tal coisa que, você leitor, acredita que seja o amor; mas é muito maior: chama-se carinho. Uma das melhores coisas que uma alma pode transmitir à outra.

Apenas Adormecido

Pode falar: aquele olhar te prendia, não? Te prendia e te fazia sentir o que você nem achou que poderia sentir. Confessa, vai... O leve constrangimento... O não saber pra onde olhar... O não saber como encarar tudo aquilo que se desenrolava a sua frente (e que você estava adorando que eu sei!).
Pode falar: esse sem jeito é uma delícia, né? Imagino se passou alguma ideia pela sua cabeça.. Confesso não saber bem o que achar nesse caso, mas sei, tenho certeza que algo se passou...
Ó, minha cara, saiba que não há monstro inexistente, apenas adormecido - aparentemente, querendo acordar. E saiba, acima de tudo, que é perfeitamente entendível, ok? Especialmente no seu caso. E que caso, hein.

Perspectiva

Palavras podem ser as mesmas. Sílabas unidas, letras de mãos dadas. O que elas proferem, em parte sim; seu significado puro e simples, sim, manter-se-á; mas aquele colorido adquirido quando salta-se dos lábios de quem as pronuncia nunca será igual. Nunca mesmo!
E é essa a magia do teatro. Por mais que tudo seja igual, sempre irá mudar. De ator a ator, de sílaba a sílaba, de referência a referência, tudo se transforma, se adapta, se transmuta no transmissor daquela mensagem, o qual, certamente, carrega muito mais ela do que o próprio autor.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Se Deixar

Gostaria de postar a letra de uma música que escrevi há um tempo e cujo significado é muito especial para mim. Ei-la:

Se Deixar - Matheus Marques

Caminhando, passeando

Sem destino, apenas contemplando
As surpresas da minha vida.
Que dão valor, que dão amor,
Que me fazem senti-la

Como ela é, como deve ser,
Como a devemos ver:
Com olhos de esperança;
De forma positiva!
Quando estou feliz
E me sinto bem, não me deixo importar
Com o que os outros têm
Para me abalar...

Acredito em você.
Acredito em mim.
Acredito em viver,
Acredito em sorrir.
Acredito: o presente, na palma da mão.
Acredito que viver seja a solução.

O passado é passado;
É pesado demais pra carregar.
O que importa é o agora e o aqui,
Que vão dizer, que vão reger
A vontade de sorrir

Como ela é, como deve ser
Como a devemos ter:
Espontaneamente,
Com lábios de alegria.
Há de ter paixão, além de querer,
A esperança dominar você
É essencial, pro sonho ser real!

Acredito em você.
Acredito em mim.
Acredito em viver,
Acredito em sorrir.
Acredito: o presente, na palma da mão.
Acredito que viver seja a solução

Viver sem hesitar.
Viver sem se preocupar
Viver, viver, viver, viver, viver, viver e se deixar sonhar!
Viver sem hesitar.
Viver sem se preocupar
Viver, viver, viver, viver, viver, viver e se deixar levar!

Contente Contágio

O seu sorriso me prende.
A forma espontânea como ele surge. Eu lembro cada pequena torção da sua feição até ele se criar, sabia? Esse lento movimento que transforma cada pequena parte do seu rosto numa peça estimadíssima de um raro mosaico perdido no tempo: a alegria pura e plena.
Enquanto busco palavras para traduzi-lo, ele fixa-se mais e mais em mim. Percebo-me sorrindo também, e percebo que, além de lindo, o seu sorriso é contagioso.
Então, sorria, meu bem. Sorria para o mundo, e incite-o a partilhar da sua alegria, do seu charme e, sobretudo, da sua esperança.

sábado, 8 de maio de 2010

O rapaz do fone e lágrimas (fragmento)

Subiu as escadas em direção ao terraço. Sentiu o vento frio recepcionar sua chegada. Ventava forte e o céu estava escuro na sua maioria. Seus passos trêmulos o locomoviam devagar, uma mistura de medo e frio. Enquanto se afastava cada vez mais da porta, sentia uma estranha sensação de liberdade e... Uma mais estranha ainda felicidade! Ele não conseguia explicar... Era como se a sua tristeza tivesse alcançado o seu ápice, e agora, em seus últimos minutos, se transformado num sentimento de confusa alegria; uma tática da loucura e do desespero para lhe dar mais certeza e vontade, pois agora era o que restava: certeza, coragem e saudade. Muita saudade das bochechas ruborizadas, cuja felicidade dependia do outro, estava além do fone e da lágrima.

Ao fundo daquela cena, ao final da linha do horizonte, o sol parecia lutar contra as nuvens que fechavam o céu. Em breve, o tempo mudaria. O tempo lá fora; o lá dentro não. O fone tocava a vinheta da certeza e as lágrimas já haviam secado. Nada mudaria.

- Para!

Nada?

Aquela voz que sempre ressoava através dos fones. Que, diluída nas lágrimas, atingiam o íntimo do rapaz. Aquela voz viera.

- Não faz isso...

As suas bochechas não estavam ruborizadas. A sua face não estava tranqüila. Seus cabelos eram levados pelo vento. Seus olhos afogados suplicavam. Ele se virou. Um filete de água descia do seu olho esquerdo em direção a sua boca. Ele encarou-a sorridente. Viu a pena no olhar dela. Ela se aproximou do parapeito, onde ele estava em pé, sem tirar seus olhos dos dele. A menina das bochechas ruborizadas estendeu-lhe a mão e o trouxe para perto de si, tirando-o do degrau. Diante dela, percebeu: a distância nunca foi tão pequena e tão enorme. Lágrima rolou pela face não mais ruborizada.

- Não vale a pena. Eu não valho a pena... – A boca vacilante quase implorava. O rapaz apenas a observava, com mesmo sorriso indecifrável. Ela o olhava apenas nos olhos; ele buscava cada centímetro do rosto amado; buscava fixá-lo para não esquecê-lo. Acarinhava a pele dela; sentia o seu aroma... E espremia seus cansados olhos para prender em sua mente as lembranças felizes. As mensagens, as músicas, até as lágrimas.

A dor do rapaz foi percebida pela menina, que levantou a sua mão e a conduziu ao rosto dele. Rápido e indolor, ele afastou-se para trás, e ela, insistentemente, foi ao seu encontro. Agora, quem olhava fixo era ela, com ambas as mãos no rosto dele, as lágrimas soltas em seu rosto e um crescente desespero em seu peito, ante a possibilidade de acontecer o que tudo indicava.

- Por favor. Por favor...! – ela tentava – Olha pra mim.

E os olhos abriram-se e a viram como nunca antes. Ela implorava. Implorava com todas as suas forças. Implorava covardemente com artifícios mais que tentadores... As bochechas, a boca, os olhos...! Suas feições ajoelhavam-se aos pés dele. Ele sabia. Só havia mais uma saída, uma saída covarde. Os olhos estavam decididos. O sorriso já havia desaparecido. Havia apenas mais um teste, uma última prova cuja reprovação decidiria o desfecho daquela tarde. Ele a olhou fixamente, e, assim, curvou suavemente sua cabeça na direção dela; seus olhos se encontravam, seus rostos se aproximavam, e suas bocas quase se tocaram, antes da menina esquivar seu rosto e, em vez de lábios, oferecer bochechas, novamente ruborizadas.

Reprovação.

- Adeus... – sussurrou-lhe aos ouvidos, com todo o carinho que conseguiu transmitir.

E num mergulho para trás, o rapaz do fone e lágrimas jogou-se no mar salgado de todo o seu amor, para nele se afogar. O grito da menina de bochechas ruborizadas ficava mais e mais distante, até tornar-se inaudível no limite entre a vida e a morte. Nem mais uma lágrima. Os olhos secaram, inertes, presos num infinito atemporal. A música continuava a tocar, ainda melancólica, repetindo ao mundo a sina daquele rapaz. E continuava suave enquanto as pessoas se aproximavam. E continuava lasciva enquanto a menina amada se ajoelhava. E continuava sublime enquanto ela cerrava os olhos secos e ainda indecifráveis.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bacantes

A luz estava baixa. A claridade era poca. Melhor assim... As pessoas agitavam-se de cômodo a cômodo. O álcool - servido quase ritualisticamente - subia às consciências de - quase? - todos, deixando o desfecho daquela noite entregue a... Baco? Talvez. Ou então, entregue aos próprios desejos daqueles loucos.
A música, não tão alta, embalava o que viria a seguir, por mais que os envolvidos ainda não soubessem, apenas desejassem. Num repente e numa sombra, um beijo - há muito desejado. Acima de tudo, uma satisfação e um indicador sobre lábios:

- Escondido é sempre melhor.

Outro sorriso, agora cúmplice. Cumplicidade essa que se repetiu pelo resto da noite que se abria. A espreita, o perigo, o frisson... Foram bons enquanto duraram, até que, com a descoberta dos bacantes, acabou-se a graça - pelo menos, aquela.
Num outro repente, um ataque. Da outra parte, ou "partes". Sim, a covardia de duas forças sobre uma que, após lutar com (falsos?) escrúpulos, rendeu-se e entregou-se. E não se arrependeu. Felizmente, o álcool não havia lhe tirado a sanidade, talvez parte do bom senso, apenas (ou seria "ainda"?).
O fim da noite foi marcado pela persuasão. Pela eloquência de palavras quentes ao pé do ouvido... Mas, sobretudo, pelo toque e pelo calor - no seu sentido mais humano - trocado entre aqueles corpos e almas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

The Only Exception

Adorei quando você ligou. O convite. A sua insistência. Fico me indagando se isso representa, de fato, algo. Ou não... Se é nada, se não é tudo o que eu espero que seja. Só sei que gostei, e muito de ouvir a tua voz requerendo-me junto a ti. E isso, agora está me fazendo pensar... Quando aquela música tocou-me os ouvidos...

You are the only exception. You are the only exception...

...fez-me pensar em tudo. No que faço, no que quero fazer, no que você representa pra mim. E por mais que 'nada' pareça satisfazer a todas as questões anteriores, sinto-me fugindo do que realmente... Estou sendo, digamos. E isso faz-me, mais uma vez, refletir.

Are you the only exception? Are you the only exception?

sábado, 6 de março de 2010

Coming and Going

Sweet dreams has come and gone.
The flowers died. They fell.
The seasons has come and gone.
They were fast. Faster than before,
When you were here.

The wind has come and gone.
It's always coming and going...
The love has come and gone.
But... Like the wind? No,
I don't think so...
The love has come and gone,
But won't come again.
Unfortunately.

The rain has come and gone.
It cleaned us up and went away.
It purified us, thank God for that.
That music, that beautiful music has come, but hasn't gone yet.
It's still in my mind.
Playing when I remember you.

The passion has come and gone.
The flame is now low. Almost erased.
But it's still there. Waiting hopelessly.
Yes, hopelessly.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Traição

- Meu amor...
-Não te perdoo!
- Por favor...!
- Não há perdão.
- Eu imploro!
- Não há por que...
- A ti eu choro!
- Não há razão.

- Tu me feriste
Fundo demais
Até minha paz
Tu demoliste...
O vinho do amor
Dado por ti,
No sangue da dor,
Se irá diluir.

- Imploro perdão,
Paixão e amor!
Não foi o que quis
Causar-te tal dor...
Até na raiz
Do meu coração
Eu sinto o teor
Da traição...!

- Não posso mais...
- Olha pra mim...
- É forte demais!
- Não faz assim...
- Só de te ver...
- Sou teu amor!!
- Me sinto morrer!
- De dor ou amor...?!

E se calou
Na noite escura.
E terminou
Na mão da loucura.
E adormeceu
A flor traíra
E se acabou
Com toda a ira.




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Arpoador

Que vento gostoso batia-lhe contra o rosto! O olhar perdia-se no horizonte. Ligeiramente, não sabia para onde olhar. A todos os seus lados, o belo exibia-se com suavidade e intensidade, combinação própria da natureza. Por um momento, fechou os olhos e preferiu apenas escutar o barulho do mar. A omissão da visão aumentar-lhe-ia a capacidade de sentir. O mar, o calor das cores, o frio do vento, a curva das pedras retorcidas aos seus pés, e o seu próprio desejo que jazia latente, até então. Ao seu ouvido, as ondas batendo na orla transfiguravam agradáveis melodias, cujas letras formavam-se no coração do rapaz.

Esquivando-se dos elementos alheios, ele decidiu voltar-se a um diálogo mais concreto. Abandonou sua reflexão e caiu no diálogo. Sim, diálogo, já que não estava sozinho. Junto a sua (absoluta?) companhia, envolveu-se num papo que não acabaria mais. Viajaram a âmbitos distantes, como preferências, bobagens, Platão, filosofia e tal... Quem diria, hein? O sol caindo, palavras sendo trocadas, intercaladas, obviamente, por risos, e certa dificuldade em achar o caminho de volta. Talvez devessem tomar uma lição com João e Maria para a próxima vez...

A neblina da orla adensava-se. A noite já havia caído. Era hora de emergir daquele universo infinitamente restrito, pelo menos por enquanto. Seguiram seus passos por onde haviam chegado, refizeram o trajeto, e o rapaz deu um vago e silencioso adeus ao recém descoberto local.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ainda quero

Eu ainda quero a sua boca, sabia? Não sei bem a razão, mas quero. Já quis mais... Bem mais. Não sei se já não quero, exceto a boca. Acho que é mais uma questão de provar toda essa paixão que percebo em alguns momentos da sua vida, entende? Por mais estranho que possa parecer associar paixão a você - não entenda isso ofensivamente, ok? - acredito nessa sua paixão latente. Das coisas que diz, que já relatou. Não sei mais do que. Já nem sei mais por que associei a paixão, mas ainda assim... Quero. Talvez apenas para lhe provar que tem valor. Que equivocou-se ao se autoestimar e que há muitos que desejam você. Para sentir o gostinho de estar certo, de que você realmente é tudo o que eu pensei que fosse, misturado ao próprio gostinho da sua boca. Para segurar sua cabeça, levantar meus olhos aos seus e sorrir, pensando o que se passa por detrás desses olhos enigmáticos. Talvez apenas para te sentir. Absorver um pouco dessa sua essência que tanto admiro.

Primeiro Encontro

Buscando uma forma de começar esse texto, não encontrei outra, senão o toque. A hora em que nos tocamos tão suavemente, que foi possível até sentir nossos sentimentos transbordando pelas pontas dos nossos dedos. Você deitado no chão. Eu sentado ao lado do seu corpo, observando-o enquanto recuperava-se. O sorriso ocupava meus lábios ao mesmo ritmo em que seu indicador deslizava por parte da minha perna. Seus olhos estavam fechados, mas podia sentir seu coração aberto. Minha mão percorria seus cabelos com mais ternura que esperei sentir naquela noite. Achava que a ternura havia sumido com a raiva que ora senti. Enganei-me. Acho que não há raiva que consiga plenamente suprimir a ternura de um coração. Entre murmuros, palavras foram trocadas. "Tá bom o carinho?". "Aham... Que primeira impressão você terá de mim?". "Já tenho, há muito, uma impressão sobre você... Relaxa." Sorrisos se trocaram e nenhum outro texto foi falado. Ficaram apenas ali, no silêncio, expressando-se assim, sem palavras. Assim:

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Prometeu Acorrentado

Por que você não me obedece? Hã? Por quê?! Por favor... Seria tão melhor... Para todos, sabe? Por que você não, simplesmente, faz o que eu mando, o que eu quero? É muito egoísta da sua parte, sabia? Ficar me causando todo, todo... Esse sofrimento gratuito... Essa dor, sabe? Esse vazio tão frequente que sinto. Eu te odeio, sabia? É uma coisa meio paradoxal odiar meu coração, que me dá a vida, mas no seu caso, também dá a morte! A morte de sentimentos, de esperanças, de perspectivas... Essa morte lenta e congelante que sentimos de vez em quando, sabe? E vem, e vai e volta. Volta para me trazer, mais uma vez, a dor. E não uma dor qualquer. Uma dor singular, diferente... É uma espécie de dor sem dor. A dor da dúvida. Se há dúvida, não se sabe se há ou não dor, efetivamente. Não se sabe se há ou não, praticamente, razão para dor. E essa sim... É a pior dor. A dor que vem, que vai, que retorna, que machuca, que me alucina... Que é a minha sina.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

À Amanda

Meu amor,
As mais belas e doces palavras
Não representam o que vive no fundo da minha alma
A súplica e imensurável dor a qual lhe submeto
São puros símbolos da minha covardia.
Eu não deveria, você não merecia...
Contudo minha alma extremamente sofria.
A frente de um abismo, temia cair.
Temia que o amor que sentes por mim viesse a fugir.
A cordada forca em meu pescoço pendia,
O calço em que me apoiava, dos pés me fugia.
O dano a mim provocado
Feriu-me fundo demais.
Tentando domar o desconhecido
Fui infeliz, fui incapaz.
Fiquei, então, sem saída.
Para tudo se reverter, nada podia fazer.
Havia apenas uma solução:
A ponta da faca em meu coração.
Havia também coisas boas.
Nossos dias juntos, nosso amor compartilhado
A paixão, o amor, nossos corações selados.
Sinto teu perfume ainda a minha volta...
Que fardo horrível pesa-me a saudade!
Sinto-te comigo, sempre, a toda hora...
Agulhas afiadas retirando-me a sanidade.
Buscando uma saída, finalmente a encontrei.
Agora, aos problemas colocarei um fim.
Digo-te, querida, para sempre te amarei...
Num elo inquebrável, deixo-te presa a mim...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

...maior que amor.

Cada olhar... Cada gesto... Cada brilho nos olhos... Cada toque... Cada beijo... Ardente... Quente... A oferta infinita de corpo, alma e lábios... A oferta infinita de amor incondicional e insubstituível... A vertigem das sensações mais ousadas e alucinantes que ninguém provara igual...
Além dos dois.
A vontade de entregar-se por completo ao outro. Dar-se de corpo, mente e alma. Sem vergonha, sem pudor... A vontade de rasgar-se por dentro, entregar seu coração, arrebatar-se no papel, despir-se por completo de qualquer vergonha, qualquer lamentação; a vontade de rolar pela lua ao lado do seu amor, a suspiros quentes em sua nuca, entregando-lhe os lábios quentes, sedentos, umedecidos, pela vontade, a espera, pelo carinho, pelo amor!

A vontade que não entendia, mas arder sentia, no fundo do seus ser...
A vontade de acordar sorrindo ao olhar pro lado e ver o corpo despido da pessoa que você ama, a pessoa que o completa, o alucina!

Olhar pro nada e só ver o rosto da pessoa amada, sentir-se morrer de felicidade, querer morrer de felicidade, de amor, de ardor...
Sentir-se, pela primeira vez, completo, sem nada estar faltando, apenas o contato, o toque, o gosto da outra pessoa...

Morrer de Amor...

Sua mão escrevia compulsivamente. O que tinha para falar era infinito. Poderia ficar horas ali, escrevendo o quão maravilhosa aquela paixão era. O sentimento era tão intensamente diferente de tantas outras vezes em que se apaixonara; nenhuma dessas vezes era sequer parecida com esta. Não possuíam metade do carinho, dos suspiros, dos desejos, das loucuras.
Era um sentimento que fazia a luz do sol refletir nas sempre presentes lágrimas de seus olhos, e lhes darem um brilho diferente. Um brilho mágico. Lágrimas que brilhavam numa sinfonia distinta. Brilhavam no ritmo do amor. No tempo da paixão. Paixão que consumia os dois amantes de forma indescritível. De uma forma inexpressável. Não bastavam beijos, carinhos, beijos, atos, nada que pudesse sintetizar o que esses dois loucos apaixonados sentiam mutuamente... Nada.
Era uma força maior do que tudo. Maior que o mar, o céu, o sol. Maior que as luzes, as juras, as promessas. Uma força não denominada. Conhecida por ninguém além dos dois.
O que eles sentiam era maior que amor. Maior que paixão.

domingo, 10 de janeiro de 2010

No Desconhecido - 02

De volta ao interior do quarto, Mina percebeu-o em cada aspecto. Seus olhos verde-esmeraldas varreram cada centímetro do aposento, registrando seus mínimos detalhes. A decoração, os quadros, a intenção em se criar um clima sedutoramente sinistro - ao qual Mina reconhecia estar cedendo - e tudo que contribuía para a atmosfera daquele misterioso quarto em que a jovem acordou.
O receio e a ousadia flertavam no interior de Mina, que desejava desbravar o castelo onde estava, envolver-se naquela névoa, naquela sombra de mistérios que pairava pelo ar. Fundir-se a ela, e vagar imaterialmente pela história daquele local, tornando-se parte dela. Seus olhos fascinados orbitavam pelo teto, assoalho, paredes e chão. Seus lábios resignaram-se em silêncio, para não atrapalhar o sentido que ora reinava. Sua mente já não era mais dela; há muito havia desprendido-se de Mina para brincar com as mentes de outras belas donzelas que ali haviam estado e, igualmente, perderam-se em nebulosas sonhadas.
No estado em que estava, Mina não percebeu esbarrar com seus dedos na ponta da mesa central. Uma sensação estranha percorreu-lhe como um choque; seus olhos reviraram, as cores transformaram-se, imagens distorcidas formaram-se diante dos seus olhos, tudo numa fração de segundo, duração do contato estabelecido com a mesa. O que havia acontecido? Que sensação fora essa? As cores, as formas, tudo... Aquilo tornava-se mais estranho, o que haviam feito com ela? Ofegante, ela percebeu: uma única maneira de saber. Seus olhos desceram ao encontro da mesa, fecharam-se em sua própria escuridão, e os dedos da jovem procuraram, num repente, o toque. Uma onda avassaladora encolheu Mina a sua própria esfera, e a fizeram revirar-se num plano jamais habitado. As cores, as imagens, tudo transmutava-se a um universo atemporal em que Mina, num baque aterrissaria em breve. 'Não rompa o contato, não rompa o contato!'. Em breve, ela esperava saber aonde estava indo - se, de fato, estivesse.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Far Away

Eu fico aqui pensando, nesse momento solitário, no que ando fazendo ou pensando ou sentindo. Foram tantas as coisas que eu falei e que me falaram que, agora, ao som de 'Far Away', reflito: estou eu tão distante? Do que era, do que já fui, do que já gostei de ser? Será? Num primeiro momento, acho que não. Continuo a ser o que sempre fui, talvez um pouco mais, paradoxalmente à vontade - quando essa sensação alterna-se com a tensão - e definido. Mas ao mesmo tempo em que sinto isso, flagro-me tão... Eu não sei exatamente. Diferente talvez, do que eu gostaria de ser, mas não sou. Ou do que gostaria que fosse, que fizessem de mim e não o fazem. E acho curiosa, talvez até, cínica a forma com que me posto em situações perante outros. Aí sim, parece outro. E eu não entendo, já que não é outro, eu sei que sou eu e assim me reconheço. Então, qual o problema? Talvez eu não queira ser daquela forma. Talvez eu não queira ser nada disso. Ou talvez eu simplesmente queira e queria que os outros quisessem também. Sim, nesse caso seria muito melhor. Mas somos homens e lidamos com fatos. Fotos, idealizações, não cabem a nós. Somos homens, somos máquinas, somos isso. Então... Pensemos como... Isso?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Merci

Adoro como as suas palavras bonitas me confortam. Achei linda essa inversão de papéis em relação ao começo, quando eu tinha de te convencer que a vida valia a pena. Quando o peso do mundo parece que recai sobre nossos jovens e imaturos ombros, é que as dúvidas e questões voltam a arrebatar-nos irremediavelmente, tomando-nos toda a atenção e deixando-nos presos a sua própria mercê.
Adoro a sua facilidade em entender o que os outros pensam e sentem. E como você usa essa habilidade para nos causar tão bem! Adoro demais... Como você chega a um tão recente desconhecido e oferece toda a sua... Eu não sei. A sua atenção, o seu carinho, o seu vocabulário rebuscado. O seu coração. Acho isso lindo.
Adoro como o seu conselho serve-me como uma luva. Adoro o seu entendimento. A sua eloquência e a sua paciência, preocupado realmente em ajudar. E, saiba, que esse conselho que me deu, na verdade, é para resolver um problema criado (também) por você, ok? Afinal, você tinha/tem dúvida que uma dessas pessoas por quem tenho tanto carinho é você?

sábado, 2 de janeiro de 2010

In Memorian

Eu me lembro da Sankai. Aquela pousada em que, a uns anos atrás, a minha família se hospedou. Acho que foi a primeiro vez que visitamos Ilha Grande. Tinha lá os meus sete ou oito anos. Andava com meu irmão mais velho pra cima e pra baixa daquela linda e exótica pousada. Era toda amarelinha. Acho muito bonito amarelo. Bem alegre, ironica e atualmente.

Lembro-me particularmente das crianças. Tinha um Rodrigo (ele seria o galã mirim das férias e, obviamente, eu o invejava secretamente, já que eu me considerava o Cyrano de Bergerac da galera), um garoto que chamávamos não-carinhosamente de Cagão da Camisola (por causa da sua sorte na sinuca e do horrível roupão de banho que usava sempre), umas outras garotas das quais tenho vagas lembranças, um tal de Pedro, provavelmente, Henrique (que era, eu acho, o mais meu amigo). Tinha também uma velha que pescava...

Mas o que não me sai da cabeça é a menina. Yumi. A filha dos donos da pousada. Lembro-me nitidamente dos olhinhos puxados. Do aparelho fixo apenas nos dois dentes da frente. Teve um dia que ela me chamou pra brincar de mímica com ela e as outras crianças. Eu adorei! Sentei com eles no jantar e comi aquele frango gostoso da mãe dela... Foi realmente muito legal. Eu lembro que havia uma placa do lado de fora do quarto dela, escrito 'Yumi's Place'.

Quando li a reportagem meus olhos encheram d'água. Aquele lugar em que já havia estado. Aquelas pessoas que já havia visto. Aquela menina com a qual já havia brincado... Violentamente retirados do mundo. por um deslizamente de terra. A tão difícil e bela localização daquela pousada tornou-se a sua própria algoz. Assim. De repente. Sem esperar, sem despedir, sem ameaçar, sem dar chance, a Morte levou-os embora.

Eu sei que tudo acontece de acordo com um plano. Acredito no invisível e no não-acaso. Então sei que não é fim, e que agora a plaquinha 'Yumi's Place' apenas está em outro lugar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sonhos de Artifício

É quase meia-noite. Garrafas de champanhe são agitadas ao redor da piscina. Sorrisos são trocados. Expectativas circulam pelo ar. Os últimos minutos de 2009 agitam-se no ritmo acelerado em que a saída se dá. A espera é acentuada por fogos. Uns mais timidos e modestos, antes de a grande festa se iniciar. Palavras são trocadas, verbalmente ou não. Garrafas mais e mais chacoalhadas, até que a primeira tampa irrompe pelo ar.

'Feliz Ano Novo!'

Os fogos retumbam fartos e animados pela noite. Gritarias, mais sorrisos, muito champanhe, muitos brindes e muitos votos. Desejos de paz, de saúde, sucesso, concretizações e tudo o mais. É um momento em que a alegria paira pelo ar. Todos se esquecem de qualquer problema, seja de escala pessoal ou mundial e concentram-se na própria alegria. Mais um ano. Mais uma oportunidade de se alcançar felicidade. Mais uma esperança, e uma vitória na luta de se viver no mundo.

Desejo um ano de muitos sonhos. De muitas concretizações de sonhos. De muita luta, pois não há plena conquista sem luta. De muito amor - all you need is love... De muitos sorrisos e muitas lágrimas - para que possamos perceber, a todo momento, que estamos vivos!

Feliz 2010.