segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre Nós

É diante da vastidão do mundo que percebo o quanto eu sou pequeno, e diante da complexidade do homem que noto como a natureza é simples!
De indivíduos, o mundo transborda; todos com seus "tudos", com suas muitas vidas e seus próprios mundos. Se pensássemos que, assim como nós, cada outra pessoa também possui amores, desejos, amigos, sonhos e tudo que a define como é, se percebêssemos isso, a vida seria tão mais bela! As relações seriam mais ricas, a harmonia, mais real. As pessoas seriam mais reais, e seria bem mais fácil o ser humano ser empático - o que acredito ser a solução para grande parte dos problemas do mundo.
E, ao mesmo tempo, esse turbilhão de informações a que chamamos 'homem' curva-se tão resignadamente diante do esplendor da natureza sobre si e sobre a sua quase nulidade, em comparação ao apreciado. Acho lindo isso... Acho, por mais que o próprio homem não saiba, que é um retorno ao que deveria ter continuado a ser a própria essência do homem; é da natureza que tudo surge, e a ela que tudo retorna. Então, acho lindo perceber que o homem, às vezes, lembra-se disso, quando a realidade estética da natureza toma-lhe o controle e, senão pelo uso do sublime, mostra ao homem a sua essência e meio que o coloca em seu ligar: "Desce do palco, homem, quem manda aqui sou eu!"

Mensageiro de Bergerac

Chame assim ou como quiser. Mensageiro? Cyrano? Isabel? Escolha a sua referência, a ideia será a mesma: o elo. O vínculo, a maldita e impiedosa ligação. Escolha como, escolha por meio de que, não importa. O conflito será o mesmo, a dor, também, assim como o fato.
No rosto, o máscara liberta-se em si mesma, prendendo-me a verdadeira expressão que se deseja (?) passar. No sorriso, um mundo de autotragicidade, autocomicidade, ou se preferir um belo 'auto-humor-pirandelliano'. Sim, essa mistura preenche-me os lábios tão agitados, a palavrear a torto e a direito, também como útil ferramenta do disfarce.
Então, é a isso que me resumo? Disfarce? De quem? De mim, de você, do mundo? De tudo o que me circunda, me amedronta, me afronta, me ataca. E de tudo que quero circundar, amedrontar, afrontar, atacar.
Que esse meu humor pirandelliano cresça, trazendo o sentimento do contrário às suas últimas consequências a mim mesmo. E aí, então, eu possa recomeçar. Quem sabe, recuperado...

domingo, 20 de junho de 2010

Uma flor. Era tudo que ali havia.
Sozinha, esperançosa, esperava o dia
Em que o destino, a longe a levaria.

Um desejo. Era só o que faltava.
Não dela, mas do homem que amava;
Nebuloso já, perto dela não estava.

Um impulso. Nada a menos ou a mais.
Como o Vento, que tudo leva e traz
Destinando, ao fim do aguardo audaz.

Uma ponte. Resumido o seu querer.
Não só dele, que começa a entender
O impossível; doce apego do seu ser.

Um soltar. Nada mais a desejar...!
Uma morte. Será esta boa sorte?
Um destinado. Livre e leve, a seu agrado.

Uma fé. Firme e forte ao que se quer.

Inexprimível

Há sensações que não podem ser escritas.
Como essa, por exemplo; enquanto sinto o sol a arder-me gostosamente e o vento despentear meu já desgrenhado cabelo, percebo.
É um sorrir mais que só sorrir. Uma alegria clandestina que, de repente, não mais que de repente, transforma-se numa felicidade, aí sim, absoluta.

(Foram estas as melhores e alheias palavras que encontrei para definir tais sensações).

Matheus Ácido

(Don't) Stop (Me) Now!

Chega, né?
Não... Está bom?
Uh! Etimologia rocks!
Gente, geometria, que ahazo...
Agora químaica, que máximo!
E sempre tem um quê filosófico, né?

"Haha, se fodeu, otário!"
- Ou não, né... ¬¬
Porra, será que os teatros não têm canhões no proscênio?!
"Inaugural"?! Comigo, é vtnc!

É, realmente, teatro alternativo é o máxemo...
Os loucos são os atores que mesmo, que ovacionam os "lindos movimentos parados".
"A mão pode falar tantas coisas...", sim, existe uma linguagem chamada Libras, buddy.
NÃO GASTE SEUS BRAÇOS! PENSE NA ECONOMIA DELES!

Pureza

No fundo, não é difícil. Acho que é mais fácil do que imaginamos. Sim, esse objetivo pseudomente utópico do homem realiza-se na sua mais... Simples? Ingênua? Espontânea! E plena essência: a felicidade. A essência do homem é se feliz, uma pena ele não saber disso, mas realmente é.
Começa-se a perder o ser feliz no momento em que o procura. Pois a felicidade não é uma questão de 'por quê?', e sim de 'por que não?'. Por que não ser feliz? Será que a vida, o sol a queimar-lhe o rosto, as flores a perfumarem-lhe o ar, não lhe são suficientes?
A essência do homem é ser feliz, uma pena ele não saber disso.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um instante de algo e só

Acho que é essa a definição do que eu senti e venho sentindo. Mas... Se eu venho sentindo, como pode ser 'um instante de algo e só'? Foram, então, instantes? Vários, dos mais diversos ou parecidos instantes? Recorrentes, desejados, esperados instantes? Sim. Pois, quem sabe, eu deseje que seja mais. Não sei exatamente pra que, já que não teria a coragem suficiente pra me valer desse 'mais', mas eu sinto que gostaria. Por que, então? Por uma questão de bobo ego, ou de - pior ainda - tola reciprocidade? Quem sabe, o que seria um problema... Mas, ainda assim, seria bom. Seria real. Seria melhor, sem dúvidas, melhor.

Seria diferente. Seria, quem sabe, realmente, então, 'the only exception'. Seria um mundo, ia ser demais. E eu que achava que, dessa forma, não ficaria preso entre os labirintos do meu coração. Acho que, no fim das contas, esse meu coração babaca vai acabar se intrometendo em todos os assuntos que circundam a minha existência. Ele, simplesmente, não consegue ficar de fora, neutro, observando sem inteferir. Vai ser esse o meu eterno aprimoramento.

Talvez o melhor seja mesmo olhar pra lua e admirar o seu quê de mistério. Pois eu sei que as soluções não surgirão, as respostas não se materializarão e o meu coração não se renderá. Nunca. Pois esta é a sua sina:

Buscar soluções munido de um imenso e desmedido amor.

Só Você

Hoje eu canto só você.

Que eu nem sei quem é.
Que não me imagino sem.
Que vive forte no meu desejo.
Não, nenhuma outra mulher.
A mais perfeita? Nem.
Somente no meu almejo
Ela existe, e até
Que eu a encontre, ninguém
Suprirá o vazio no meu peito.

Desvício

Eu preciso me desviciar de você. Está ficando patológico... Sei lá, tipo dependência. E não to satisfeito com isso, comigo. Que coisa meio fatal...! O que seria eu?

Um viciado, um maníaco, um o que?
Um descontrolado, um impetuoso, um dependente?
Um carente, um envolvido, um querer-ser-envolvente?

Um descontente.
Um insatisfeito, um desejoso, um incerto.
Um confuso, um indizível, um amante.
Um corpo, um beijo, um toque.
Uma conchinha, um cobertor, um frio.
Um calor, um sorriso, um sussurro.
Um chupão, uma marca, uma música.

Acima de tudo, um viciado, desejoso de querer ser algo.