quarta-feira, 24 de junho de 2009

Era noite

Era noite e seus passos eram solitários. A rua não fazia barulho. O silêncio ecoava infinitamente. A neblina caía densa sobre seus ombros razoavelmente agasalhados. Era noite e não era nada demais. A lua pousada no céu; as estrelas alinhadas ao nada; a escuridão sentia o frio. E só.

Era noite e seus passos continuavam solitários. E seus olhos encaravam a rua pelas lentes translúcidas. E sua boca tremia charmosamente. As casas estavam apagadas. Os postes, porém, acesos. Era noite e a pouca iluminada rua, levava seu transeunte a lugar algum, mas a algum lugar.

Era noite e seus passos agora eram trêmulos. E mais nada havia a ser dito. E seu punho cerrado estalava. E seus olhos fixavam-se no nada. Era noite e árvores pressentiam em sua sabedoria que algo estava errado ou fora do comum. Que algo aconteceria - e pela noite, não haveria de ser algo bom.

Era noite e seus passos cessaram. E assim continuaram até que noite ainda fosse.

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