segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Música e Texto - Sleeping In

Sleeping In - The Postal Service

É como uma vertigem. Um vórtice que parte da minha conturbada cabeça e a reabsorve mais estranhamente ainda... Como um sonho interminado e interminável. Absorto em meus próprios pensamentos, incertezas e sentimentos desconhecidos, procuro analisar tudo à medida que a singular batida funde-se à suave voz, levando-me a transcender por além do tempo presente e espaço real.
Flutuei. Por cima do meu próprio corpo, sentindo uma liberdade sem igual, nunca antes experimentada, sequer imaginada. Flutuei tentando alcançar meus sonhos que, de tão altos, pareciam inatingíveis; procurando você encontrei-o também flutuando acerca dos âmbitos de seus tantos e belos sonhos.
Ao observá-lo flutuar, acordei. Minha cabeça repousava sobre o travesseiro. Virei-me de lado, com o coração apertado e os olhos perdidos na madeira clara. Odeio sonhos que parecem reais, mas não passam de sonhos.
Volto-me mais uma vez para a música após breve devaneio, e vejo: é isso que a música e você me causam: o desprendimento.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Música e Texto - The Guilty Ones


Foi tão de repente... Foi.. Assim. Do nada. Eu não sei como começou, eu não sei como tudo se tornou tão mágico, eu... Eu não sei. Simplesmente aconteceu, sabe? Aconteceu. Eu estava ali, você também. Fomo levados por nós mesmos, nossos medos, nossas falsas proteções, e tudo o que havia de mais secreto no interior de nossos escusos e desconhecidos desejos. Não... Não há culpa. Nós não somos os culpados.. Não. Para se sentir culpa, deve-se arrepender, e eu não me arrependo, nem arrependerei. O meu sentimento, o meu amor não se arrependerá. O meu sussurro ao pé do seu ouvido, a noite fria a banhar-me a pele nua, nada, nada disso se arrependerá. A noite a nos testemunhar, o céu a nos esconder, a lua a nos iluminar. Nada se arrependerá, a não ser os nossos corpos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu do Outro Lado

Você que está aí, sou eu? Sim, é. Ou sou. Você que está aí pode me enxergar como eu te enxergo? Por favor, diga que sim... Enxergue-me, por favor... Eu não mais consigo. Eu simplesmente não consigo me enxergar com clareza... Já está tudo muito turvo para mim, e a minha sensibilidade não é tamanha para filtrar todas as sujeiras da minha alma. Por favor, eu do outro lado, enxergue-me a mim mesmo, faça-o por mim, ou por você, se preferir, mas faça-o. Por favor... Eu preciso disso. Eu preciso muito desse reflexo, como ele é. Eu preciso ver, sair da cegueira que liberta, que ilude, que inocenta. Eu preciso ver como se é de verdade... Por favor, eu. Por favor...


Falta

Algo falta.
Eu não sei bem o que.
Talvez eu nunca soube, ou nunca saberei.
Mas sei, sinto que falta.
Eu não sinto, eu não-sinto.
Não-sinto a vida, apenas sinto-a escorrendo pelos buracos do que me recobre.

Algo falt...
Já as letras me escapam.
Já o fôlego se esvai.
Já a cor se desbota.
Já tudo se torna nada e nada no mar vazio da eternidade.

Algo fal...
Cai num escuro imenso...
Numa imensidão escusa,
Reclusa, recolhida em sua própria vastidão.

Algo fa...
Faz-se rápido.
Falha.

Algo f...
Fugaz.

Algo...
(foi)