domingo, 21 de novembro de 2010

Versos Alugados de Amor

Be my lover and I'll cover you.

O que você espera do amor? O que ele te representa? O amor é pra vida, assim como é pro momento. O amor acontece num instante e pra sempre. É efemeramente eterno. É amplo, geral, maior. Quando soubermos ter amor por tudo e todos, tudo será diferente.

With a thousand sweet kisses...

Manifestar o amor é que é uma delícia...! E é o que mais esquecemos de fazer, sabia? Como pode isso? Quantas vezes, você disse 'eu te amo' hoje? As pessoas precisam saber do nosso amor. Dá um gosto diferente a ele. Assim, o nosso amor não só existe, mas vive. Dentro de nós e nas pessoas amadas. Assim, o amor brinca pelo elo invisível entre as pessoas, tornando-o cada vez maior,

Without you the tears dry. Life goes on, but I'm gone... 'Cause I die without you,

Fazer mal e fazer bem

Entrei no ônibus. Procurei o lugar que mais me agradava, acabei por sentar no último assento da fila da esquerda. Assim que sentei, orei, como de costume. Não sei... De tantas vezes que já executei esse hábito, imagino se o fato de estar são e salvo e afastado dos males decorre desse costume. De qualquer forma, dessa vez, talvez sim.

Sem problemas, o ônibus ia percorrendo o seu percurso. Cheguei até a pensar na tranquilidade daquela viagem, ainda que cheia, num domingo à noite. Eis que o ônibus parou, e, ao abrir suas portas de trás, entraram dois rapazes. "Não vou descer", disseram, em tom de brincadeira. Uma mulher, do lado de fora, colocou sua pequena filha para dentro do ônibus, como fazem de costume, aquelas que não querem fazer as criancinhas pularem a roleta. Depois de embarcada a menina, a mãe decide retornar à porta da frente, para a sua devida entrada.

Há um porém.

O motorista não viu que a mãe da menina entraria pela frente. Crente que todos os passageiros já haviam entrado, arrancou com o ônibus. Irromperam gritos e protestos dos demais passageiros. "A filha da moça está aqui dentro!". "Pare o ônibus!". E ele assim fez. Parou o õnibus e abriu a porta de trás, quem sabe com um pedido de desculpas nos lábios. Quem sabe, não.

O que eu sei: dois rapazes prorromperam pelas portas com toda a fúria e xingamentos que podiam expressar. A mãe, desesperada entrou, entre gritos. O que podia ser, quem sabe, uma razão, tranformou-se em brutalidade: os dois rapazes não pensaram nem meia vez antes de pular a roleta e agredir o motorista. O clima no ônibus era tenso, desesperado. Pessoas corriam, outras se abaixavam, outras apartavam.

E a criança? Chorava. Chorava ingênua, assustada, enquanto os que precisavam, ou deviam, protegê-la, buscavam uma certa vingança, ou acerto de contas sobre um mal-entendido.

Até quando a vingança será mais importante que o alento?
Até quando o fazer mal superará o fazer bem?

Que isso passe.

Maior

Há tantas questões maiores do que nós. Às vezes me pego pensando tanto e tanto na minha vida e no que eu considero que são os meus problemas, e penso: nossa... Mas há tantas pessoas por aí passando por coisas tão piores. Nesse mesmo instante, pessoas passam frio e fome na rua. E eu estou aqui. Confortavelmente sentado de pernas cruzadas.

É justo? Se é, quem determina essa justiça?

É muito mais complicado do que uma questão de justiça, sem dúvida. Mas temos que pensar nisso, não? Quer dizer... A ação é difícil, mas ela se inicia no pensamento. Sempre.

domingo, 14 de novembro de 2010

Nada em Tudo

É estranho e ao mesmo tempo maravilhoso como as coisas têm dado certo pra mim... Nossa...! Estou tão grato que mal consigo escrever. A faculdade, não poderia ter me encontrado melhor em outro lugar. Os trabalhos, os contatos, as oportunidades que me surgem... Às vezes até me assusto, enquanto estendo minhas mãos aos céus e agradeço. Peço proteção e pergunto-me se mereço tanto...

Mereço? Pensando agora, lembro de algumas pessoas que, certamente, diriam que 'sim'. Mas a intenção é refletir mesmo. Mereço? Com tanta gente por aí? Não quero me depreciar. Já fiz isso por tempo demais. Eu não sei, sinceramente, não sei. Mas agradeço e luto. Sempre, luto.

E no meio disso tudo, o meu coração vem e grita. Grita "e eu?". Eu paro. Olho pra ele, e, desviando o olhar para os cantos, digo algo como "Ih é, você está aí, né?".

- Sim, estou. Por mais que você, ou outra pessoa não se deem conta disso.
Eu retruco:
- Como assim, não me dou conta disso? Eu penso, eu vejo, eu sinto você a todo instante. Com pesar, com pena, mas penso... Sabe, coração, eu estou sempre buscando soluções. Pra mim e pra você. É que Às vezes, demora...
- Eu to cansado de esperar!
- Eu sei, coração. Eu juro que sei...

E eu tentei, assim como venho tentando, conversar com ele. Ele, por sua vez, está meio irredutível, sabe? Quer alguém, quer um outro coração pra lhe fazer companhia.

Então, é como se eu tivesse o nada no meio do tudo. Tudo está dando certo, graças a Deus. Mas e esse pontinho? Significa que nunca estaremos plenamente felizes? Que há um rodízio na vida do homem, a fim de que este não se acomode?

Um edifício no meio do mundo. Um sinal no meio de uma ponte. Uma lua no meio da noite. Um coração no meio de um corpo.

domingo, 7 de novembro de 2010

Compressão

E isso é só pra dizer que não. Eu não aguento mais... Dói demais, nossa, como dói...! É como se comprimissem o meu peito, para fazê-lo falar a qualquer custo. E ele sofre... Sofre como nunca antes, como nunca pensou sofrer. Ele chora lágrimas de vergonha, de receio e, sobretudo, de impotência: não pode mudar. Não pode se mudar. Por mais que tenha tentado, há coisas mais fortes do que ele. Não exatamente mais fortes, mas que dão mais trabalho controlar.

E eu sinto essa dor, esse peso preso em cada centímetro do meu corpo, e as maneiras que vejo para fazê-la cessar são as piores possíveis... As possibilidades se misturam e voltam a se perder. A certeza, nunca houve. Há apenas um mar de dúvidas no qual sinto-me afogar lentamente, quase saboreando cada segundo de asfixia, e a agonia que esta me causa.

E, com os olhos turvos sob a água, não vejo fim. Olho para cima e a luz, refratada, se perde dos meus olhos que expulsam lágrimas dissolvidas pela água em que estão envoltas.

Não vejo fim.

sábado, 6 de novembro de 2010

Chorindo

I wish I was the last thing on your mind, before you went to sleep...

É tarde. E eu rolo na cama, em vão. Meus pensamentos não se calam, meu peito não silencia. Meus olhos não param de se revirar e de tentar finalmente descansar. O sonho pra mim tem um gosto especial: é a mais fiel chance de eu me encontrar com você.

Paro, olhando para o teto. Sei o que sinto, mas não o que quero sentir. Em meio a essa confusão de quereres, minhas lágrimas não se contêm e, rindo, choro. De ridículo, de pena, de graça.

E amar nunca foi tão pesaroso e engraçado.

Baú de Amor

Essa coisa de gostar é tão... Chata. É repentina, arrebatadora e sempre, incerta. E não sabemos com clareza o que sentimos, e nos perdemos dentro das nossas próprias dúvidas. Mais e mais. Conforma as pessoas vêm surgindo, tudo só se potencializa... São tantas opções!

O meu amor não pode ser universal? E o meu carinho? Será que eu não posso gostar de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, ainda que de maneiras e com objetivos diferentes?!

Por favor... Eu não estou falando de sacanagem, ou de aproveitamento, ou diversão. Eu to falando, no mínimo, de carinho. Senão de mais... De ligação, de elo, de sentimento incerto, mas sincero, de querer estar junto e de tudo isso ao mesmo tempo numa grande confusão. Vê? Não é tão simples quanto a diversão que chega, vem e vai embora. É algo que fica... Permanece em mim, mora comigo e eu, sinceramente, não quero deixar ir.

Pois se as pessoas podem ser um grande baú de rancor, ou de orgulho, por que não posso eu ser um de amor? Ou de carinho mesmo? Se as pessoas podem odiar mais de uma por anos e anos e carregar todo aquele sentimento ruim por toda a sua vida, arrastando-o para tudo quanto é lado, por que não posso eu fazer o mesmo, só que com amor? E, quem sabe, com mais de uma pessoa? Porque não escolhemos. Simplesmente acontece, nos sentimos assim.

Eu quero distribuir o meu amor. A quem me interessar. A quem eu sentir precisar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Despertar

Começou de um jeito... Doce e feliz. Não que tenha deixado de ser doce, ainda é. Mas... Feliz? Não tenho tanta certeza. A gente insiste no sonho...! A gente não aprende, não se deixa aprender com os antigos erros e volta a cometê-los. Coração dispara, sem compreender, mas o que podemos fazer a respeito? Se o coração não se entende com a mente, então está tudo... Tudo... Certo. Infelizmente, a gente é feito de sonho, e esse conflito vai sempre existir... Não passou, não sumiu; o desejo ainda está aqui. Modificado? Transferido?

Tão leve contra o vento...! Vai, vem, fica e vai de novo... A vida é feita só de luz, assim como nossos sentimentos e emoções. Ora mais fortes, ora mais fracos... Sopram sem pedir perdão. Brincam conosco, às vezes da pior maneira. Ou talvez, o pior seja continuarmos com o sorriso no rosto, e seguirmos...

Como um barco, sem rumo e sem farol. Sem saber aonde iremos, onde chegaremos e, sobretudo, se chegaremos. E outra vez, nos debruçamos nessa... Nessa paixão, digamos. E caímos fundo, de cabeça bem no meio da amplitude dos nossos desejos. Caímos sem medo de nos machucar, enquanto isso é possível... Gritamos: "Lá vou eu!" e pulamos. Sem medo. Como um barco que já sabe o seu farol, mas o pior é que não sabemos...

Parece um sonho, eu sei. E bem gostaria que o fosse. Seria tão mais fácil, o final feliz garantido... Você aqui nos braços meus, e eu cantando aos seus ouvidos... É só ouvir.

Enfim, apesar de não ser um sonho, eu acredito. Acredito na possibilidade, na esperança e, sobretudo, no destino. Não é pecado, sabe? Querer algo a ponto de acreditar - ou procurar acreditar - na sua concretização... Eu acredito.

Agora, quando começou? Tanto tempo faz? Não... Foi recente. O sol brilhou, eu te vi, algumas vezes. E não quis mais deixar de vê-la. Quis passar e passar e visitar e rever. Mesmo sem precisar. Entre as nuvens gordas no céu, via seu rosto, sabe? É, eu sei. É meio ridículo, mas estava ali. Era você no meu pensamento. A todo instante, misturando-se à paisagem e tomando sempre uma nova forma entre as minhas lembranças.

O que eu quero de você? Um afago, talvez. Um carinho, aham. Um beijo, certamente. Só agora que você notou e parou pra ver. Como a sombra que sumiu, tentei manter-me quieto. Resignado ao meu pobre e não-correspondido sentimento. Mas não consegui. As frases sem falar comprimiam-me o peito de tal forma... Já não há mais planos pra seguir. Já passou? Não. E, sinceramente, não sei se passará...

Murmurar, é o que me resta. Antes de dormir, deitado, enquanto olho para o teto. Escutar o seu cantar nas minhas memórias, enquanto visualizo seu rosto. Lua cheia sobre meus sonhos e pensamentos... Vem ouvir. Meu coração está batendo. Há vida aqui, sabe?