quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lutar ou se entregar?

Ser ou não ser?
Eis a questão.
Amar ou não amar
Compete ao coração.
Fazer ou não fazer?
Tem solução?
Lutar ou se entregar
Resume a questão.

Onda

O que rola lá, rola aqui.
Mas o que rola aqui, não rola lá.

Isso é simplesmente a base.
É apenas nisso que eu me concentro quando tudo dificulta.
Aqui, as palavras brotam; aqui, o amor vive por meio de palavras.
O sentimento transborda da cabeça para a tela.
Todos se unem para um propósito.

Como uma onda de frases.
Tudo se prepara, vagarosamente vem,
Atinge o seu ápice, torna-se difícil, muito difícil evitar de... De sucumbir.
Mas é uma onda. E uma onda sem importância...
O que rola aqui, não rola lá.

Milena e Bruno

- Vem, vem logo comigo!
- Pra onde você ta me levando?
- Você vai ver... Corre.

- Bruno, isso é...?
- Exatamente.
- Meu Deus...
- Eu sei.
- Como você achou esse lugar?
- Há muitos anos, meu pai me trazia pra cá, explorar as grutas dessa região. Essa é a minha favorita.
- É linda...
- Como você.

- Não fala isso...
- Eu te amo. Você é tudo pra mim.
- Bruno...
- Me faz MAIS feliz, Milena. Por favor... Te amar é maravilhoso, pensar em você, te desejar, te querer, pensar no seu rosto, na sua boca... Mas torna isso realidade.
- Bruno...!
- Me deixa sair do sonho. Me deixa viver o sonho!
- Eu não posso...
- Por essa lágrima. Faz isso por essa lágrima, só por essa...

- Lamento, não posso.

Cicatrizes

Houve aquela. Aquela improvável, mas amável. Há dois anos, não? Na minha cabeça, havia uma disputa meio estranha... Como se eu tivesse que provar alguma coisa... E eu escrevia e escrevia e escrevia... Como o amor me fazia - e faz - escrever! Escrevia até o que planejava. Versava a ficção, o sentimento, o que me viesse, mas que fosse sobre ela. Seus cabelos, seus incomuns olhos, sua aura de imensa luz. Me lembro nitidamente da música, do italiano, daquele sorriso revigorante - do meu sorriso, agora, ao relembrar tudo isso - e de tudo. Da rosa que não chegou a ser dada, e do telefonema que enterrou de vez as possibilidades.

Depois dela, qual foi? Aquela! Acho que foi tão rápido e surreal... Tão... Ilusório, quase não acreditado. Merece sim, um paragrafozinho, não pelo o que foi - quase nada.. - mas pelo o que é. E não o sabe, claro...

Não quero falar de todas nesse intervalo. Sim, foram muitas. Bastantes mesmo... Mas não tão importantes...

Houve - ainda há? - aquela outra. Ah... Aquela...! Foi maravilhoso amá-la... AMÁ-LA, sim... Foi uma delícia. Desde a descoberta, até a confirmação. Os textos, as poesias, as músicas... A doce melodia nos meus ouvidos, enquanto tremíamos à noite escura, e eu acariciava suavemente, seu belo rosto, sem que ela nem soubesse. O sentimento que emanava das pontas dos meus dedos era, até então desconhecido por ela. Houve, então, a descoberta. E tudo tornou-se melhor ainda... Por incrível que pareça, amar tornou-se melhor ainda...

São muitas, diversas, mas nenhuma igual a outra, e nem outra igual a uma.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Último Romântico

Nossa, como eu cansei...

Cansei do homem; da sua hipocrisia, superficialidade... Como eu me sinto cansado de algumas pessoas à minha volta. Como estou farto das pessoas quererem dominar a situação a qualquer. Como eu estou PUTO com a descartabilidade das relações e das pessoas.

Eu devo ser louco mesmo!

Eu cansei da segregação; cansei da rotulação; cansei do julgamento, da presunção e a pretensão. Cansei da falsa hierarquia imposta por alguns homens a situação ao seu redor... Cansei de esperar pela mudança, e sofrer pela consequência, cansei MESMO.

Chega dessa guerra fria unilateral. Dessa guerra estúpida disputada por um jogo de inflências. E chega dessa atitude imatura; do ignorar; da fuga dos problemas reais do mundo real.

A vida não é um conto da Disney. Aprenda isso.


[possui alvo específico]

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quem se importa?

Milhões de gotas de lágrimas de amargura caem sobre as páginas secas de um jornal qualquer. O esboço do desgosto, tristeza e aflição, marcado minimamente nas páginas secas de vidas passadas. Páginas reveladoras, sem misericórdia, perdão ou sentimentos...
O grito surdo que silencia forçadamente a noite de todo o país. Provindo de um pequeno e aparentemente inofensivo aparato, causador de lamúria, tristeza e desespero.
Toda a pompa, cores e surdos barulhos estúpidos já se foram. Pois afinal, estamos de luto. A festa acaba-se no momento em que se nasce. No momento em que recebe-se esta graça – ou, devido ao atual mundo seco e frio – esta maldição. A tão antiga dádiva, das mãos do desconhecido, que hoje é um castigo.
E por causa desse mesmo desconhecido é que nos vamos. Para sempre.
Rosas brancas, vermelhas e amarelas, sobre um túmulo inquietado pela ganância. Marcado pela glória do inimigo, que deixa uma rosa negra como marca de sua vitória.
Um mar de chamas infernais o rodeia. Para sempre estará guardado no meio de seus semelhantes, que um dia já foram alguém, mas hoje são apenas mais uma vítima da violência brasileira.
Mais um, menos um... E daí?! Segundo o pensamento hipócrita, quem se importa...?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Riso do Louco

"Para, delícia! Não, não faz assim, eu não resisto...! Assim você quer me deixar maluco!"

E ela conseguiu.
João não mais se considerou, desde então, um homem normal. Ele precisava dela. Precisava como nunca precisou de nada em sua vida. Oxigênio, comida, que importavam? Não importavam, nada. Isso não era normal. E preocupava João. Muito.

"Por favor, me dá um beijo. Só um... Depois de tudo, amorzinho, nem um só? Não faz isso..."

Por quê?! Era só um beijo! Um! Rápido e indolor. Sem pouca, sem muita língua, era só um beijo pra ele poder chamar de seu. Era só o tocar de lábios diferentes... Era... Era tudo para João, coitado. A única coisa que ele não conseguiria arrancar daquela mulher.

"Sabia que hoje é meu aniversário? É verdade! E eu os deixei lá, vim te ver. Não acha que eu mereço um prêmio?"

Não que fosse a intenção de Rosana, mas ela conseguiu deixar João maluco. Não era algo penoso para ela; não era algo com que se importar. Era apenas o João. O João de sempre, dizendo as besteiras de sempre, pagando o preço de sempre e nada mais. Era tudo como de costume. E, de repente, ela o enlouqueceu.
Na verdade, não foi ela, foi tudo nela. O jeito, o cabelo, busto, o sexo. Tudo, tudo nela enlouqueceu João de diversas formas, mas loucura nenhuma foi tão intensa quanto a causada pelo beijo. Não pelo beijo, pelo não-beijo. Isso o corroía! Era a única coisa intocável naquela mulher: os lábios - cada vez mais sagrados para João.

"Eu descobri o que é felicidade, sabia? E descobri que ela custa caro... Sem ofensas, amor! Mas, obviamente, vale a pena. É a felicidade, sabe? Ou pelo menos, parece com ela..."

O parecer era o problema. A ilusão que ele causa. A irrealidade. Esses eram os problemas enfrentados por aquele homem cego.

"E eu descobri também que, na vida, tudo tem um tempo. E nós temos que perceber quando o nosso tempo está perto do fim, sabe Rosana?"

Coitada... Temia pelo pior. Pelo seu pior.

"Então, eu quero o seu beijo."

E dessa vez, a persuasão era mais forte. Não era por meio de lábios, e sim, de punho. De punho armado, ameaçador. As lágrimas de Rosana não lhe incomodaram. O tempo corria e ele precisava saciar aquele desejo que ardia-lhe o peito. Rosana, temerosa, aproximou-se, olhou no fundo dos olhos de João procurando algum resquício de sanidade, e encostou seus lábios trêmulos nos sedentos de João. Sentiu-o como nunca antes. Como nunca desejou e com a raiva de quem recusa todo o dinheiro do mundo para não sacrificar sua casta boca.

O beijo terminou e ela afastou-se de seu admirador. A expressão dele era confusa. Seus olhos fitavam a mulher intensamente, em cada centímetro de seu corpo escultural. Maquinalmente, seu braço começou a estender-se, apontando o revólver na diração da outra. Com a arma em riste, apontando para o rosto desesperado de Rosana, João apertou o gatilho.

O riso dominou o aposento. O homem só conseguia rir. Rir e voltar a apertar o gatilho para confirmar a falta de balas no revólver. Loucamente, seu riso espalhava-se pela noite.

A passos largos, Rosana percorria o corredor, desejando livrar-se daquele trauma e daquele homem obcecado. Subitamente, parou. Olhou ao seu redor e ouviu, apenas em sua mente, o riso do louco. Apertou o passo, desceu rapidamente as escadas e cruzou o hall do motel como um furacão. A cada instante que parava, ouvia, macabramente, a risada ecoando pelo breu, martelando-lhe a sanidade - se ainda houvesse alguma.

domingo, 9 de agosto de 2009

Metavício!

É incrível! Como eu tento forçar as coisas a acontecerem... Eu simplesmente abri o painel do blog, cliquei em 'nova postagem' e chegou até a me dar um friozinho na barriga pensando "e agora? o que eu escrevo?". Realmente, em alguns casos, por aqui, eu forço a barra sim - e, na maioria das vezes, acabo caindo na metalinguagem, fazer o que, né?

E aí, eu, encanado como sou, começo a buscar esse tipo de comportamento na minha vida cotidiana, na fila do cinema, comendo a caneta na escola, e percebo que em alguns aspectos - não-mencionáveis por segurança - eu realmente acabo por forçar a barra.

Mas tudo bem, até aí tudo bem. As pessoas, aparentemente, têm uns desejos que querem porque querem realizá-los. Será que a situação é semelhante? Não sei, vale a pena pensar. Quando se força a barra, ou se apela numa certa situação, por que se faz isso? E o que aconteceu com os métodos normais de conquista (vide persuasão, conversa, argumentação, tortura)?

Sei lá, da minha ótica, parece algo meio infantil, numa análise mais profunda ou esquisita. Tipo, crianças choram para conseguir as coisas. Meu irmão de 5 anos grita; meu primo de 2 se joga no chão. Pessoas adultas (?) forçam a barra. E como forçam...

[prometo me livrar da metalinguagem, ok?]

sábado, 8 de agosto de 2009

Metapalavra

Palavras soltas, unidas, perdidas numa mente engarrafada. Palavras belas, feias, grandes, pequenas. Palavras que já fizeram a diferença, palavras que ainda a farão. Qual o significado das palavras pra você? Não as que você lê, mas aquelas que ainda não foram lidas ou proferidas ou pensadas, mas sentidas. Palavras que se bastam apenas pelo que representam. Como estas.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mão Dupla

A vida, por ser composta de fluxos é muito rápida, dinâmica, quase atemporal, de tão veloz. São ondas de energia, de matéria, de sentimento, de espírito, de tudo o que se possa imaginar; interações sociais, físicas, emocionais e até inconscientes. Porém, o mais importante a se retratar, é que a vida está quase sem tempo para ela mesma. E as pessoas acabam por ser vítimas desse processo. Cada vez mais, não têm tempo para si mesmas e, muito menos ainda, para às outras ao seu redor.

Mas o homem, por mais que venha tentando - e se esforçando bastante para isso! - não consegue se tornar uma ilha. Ele ainda possui vínculos, elos com aqueles que o rodeiam. Esses elos, cada vez mais tênues, transmitem tudo o que há de mais importante do interior desses indivíduos. Partilham com o outro, o que há de melhor e de pior. Por mais que o homem não admita, este vínculo existe.

Então, obrigado. Por partilhar seus medos comigo. Por escutar os meus. Por não aderir à superficialidade tão comum à sociedade e fazer da nossa amizade algo verdadeiro.

[a vários destinatários. Localizem-se].

A Mudança da Realidade

É triste perceber a realidade. A verdade de que tudo é uma merda. De que o tempo é escasso. De que as pessoas não são suficientes. De que as pessoas são quase autossuficientes - no que não devem ser! De que o mundo é redondo em partes, mas quadrado em outras. De que a vida é fugaz e o homem a despediça loucamente. De que o egoísmo e a superficialidade tomam conta da sociedade. De que velhas amizades às vezes perdem-se pelo tempo, ou são espalhadas pelo vento.

É duro perceber a realidade. Perceber-se descartável, assim como todos os outros. Reconhecer-se mísero na sua própria existência, e imagine na dos outros. Observar o fluxo irrefreável da mudança da vida. Desapegar-se de tudo o que possui em termo de juízo, valores e tudo o mais. É duro, muito duro.

É fácil acostumar-se com isso?
Com a mudança?
A realidade?
A mudança da realidade?

E o meu amor?

E o meu amor?
O que diria se eu partisse?
O que diria se estes versos não ouvisse?
E o meu amor?
O que diria da ausência?
O que diria esquecida na dolência?
E o meu amor?
O que diria do chorar?
O que diria enquanto o pranto derramar?
E a sua voz?
Sofreria ao embargar?
Lhe pesaria a eloquência lhe faltar?
E o seu corpo
Fecharia em reclusão?
Esconderia o doce e frágil coração?
E os seus olhos?
Brilhariam na partida?
Exporiam a tua alma tão sofrida?
E o meu amor?
O que diria se eu partisse?

Relato de uma quinta-feira

A batalha era quase covarde... Tudo conspirava contra ele! O escuro, o vento, a suave brisa que entrava pela janela aberta ao seu lado e, acima de tudo, o não poder. Aquilo que não se pode fazer, por alguma razão, é muito mais atraente, tentador.
O som chegava aos ouvidos de Tales em pequenos intervalos. Apenas algumas palavras, no máximo frases, eram absorvidas. Mal entendidas, mas escutadas, sim, elas eram.
Ele olhava, entre as frestas de seus olhos, aquele esquema e tudo intensificava-se; aos poucos, perdia os sentidos, o domínio de si próprio e a poquíssima vontade de ali estar. Em várias tentativas, desviava o seu olhar para o lado de fora e, por alguns segundos, observava o movimento dos carros e das folhas que pendiam presas nos galhos. Sentiu inveja de ambas; da liberdade do carro, da singularidade das folhas, daquels senhora de preto e boné que praticava a sua caminhada matinal e de tudo após a janela.
A buzina tocada por uma mão impertinente chamou-lhe a sua própria realidade, e os olhos de Tales ganharam um suspiro de vida, algo momentâneo, uma onda de atenção. O garoto olha ao seu redor e percebe que não está sozinho na batalha. A maioria dos que estavam ali também travava uma árdua luta.
Porém, à medida que a luta se acirrava, tornava-se mais difícil manter-se focado, concentrado...
- Pô cara, assim não dá. Quer lavar o rosto?
- Não, professor, ta ok. - desculpou-se Tales, enquanto esfregava os recém-abertos olhos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Risadas Falidas

Meu Deus, como estava quente! Será que todo aquele sol nunca pararia de bater exatamente no mesmo ponto da nuca de Gabriel?! Enquanto sentia o calor fritar seu pescoço, o menino observava de longe, a rua se mover à sua direita. Nada fora do comum - além da merda a que chamam "calor" e a pseudo-necessidade - ninguém o convenceria NUNCA de que aquilo era REALMENTE necessário - de, mais uma vez, acordar às cinco e meia da manhã para ir a escola.
Sim, volta às aulas, inferno particular de um garoto em ano de vestibular. Se ainda fosse um ano normal, tudo bem. Mas não, não era um simples ano de vestibular (engraçado que essa palavra costumava causar calafrios, mas agora não mais. Ela já penetrou a derme desse menino em forma de ódio liquefeito...), era um ano de MUDANÇAS no vestibular, o que tornava as coisas acentuadamente, piores...
Então, para Gabriel, as férias foram um momento de valor inestimável, um descanso, obviamente, mas um extravaso sem igual! Ele nunca aproveitou tanto um único momento de sua vida, pois ele sabia que aquilo acabava. A cada segundo do dia que passava, aquela grandiosa sensação de, diga-se liberdade, parecia consumir-se, e Gabriel sabia que, dali a pouco, ela se esgotaria e seria, finalmente, hora de fechar a cara e falar sério. Engolir a dor, e os livros, de uma só vez.
E agora, enquanto voltava para casa, após o prelúdio dessa maratona a que chamam vestibular, ele sentia que devia falar sério, mas tudo o que saía de sua boca eram risadas. Risadas falidas, frias, mas risadas. E então, começou a rir de sua própria situação. Ria das risadas. Enquanto se observava e analisava as suas metarrisadas, chegou a pensar que fazia o certo, ao passo que todos os outros, os normais, os que não riam, eram os errados. E para ser completamente sincero, essa era a única certeza de Gabriel: ele estava certo. Em lugar da cara fechada, Gabriel esbanjava a face aberta; em lugar da crescente preocupação, o garoto mostrava a, considere-se, negligência; e ao invés da seriedade, exauria a risada, consumindo todos os músculos da sua boca até o momento em que fosse possível, para que quando seu rosto de fechasse, o fizesse apenas uma vez, e então tornasse a se abrir.

sábado, 1 de agosto de 2009

A Minha Loucura

Sabe... Por que, quando estou sozinho, e não penso em absolutamente nada, e olho para cima, e vejo a lua, só, no céu, eu penso em você? Mesmo sem sentir absolutamente (?) nada por você, eu penso em você. Nos momentos melancólicos, nesses momentos tão súbitos que não faço ideia de como surgem e como vão, você percorre minha mente de cabo a rabo. Por quê, cacete? Sabe? Eu juro que não entendo, e olha que a mente é minha... Enquanto eu procuro outros assuntos, outras assuntos, e tal, é você que habita a minha mente. E eu não imagino a intrínseca razão de tal fato.
Enfim, há vezes em que a minha mente vagueia pelos mais sórdidos cantos deste vasto planeta, e em quase todos, em meio à melancolia e à usual trilha sonora, encontro a sua figura. Quais as possíveis razões para isso? Porra, sei lá... Talvez porque quando eu costumava pensar em você, o meu pensamento ficava meio perdido por essas bandas, então, agora, quando eu retorno a esses locais você está lá, a me esperar. Ou não... Talvez por um simples apegozinho meio doido, de um viciado coração acostumado a amar, e tendo que lidar com essa ausência no momento. Então, meu little heart teve que puxar o que havia de novo - e não havendo nada, o qye havia de antigo mesmo - pra se prender. Ou não também... Ou até mesmo talvez, porque eu seja maluco. Não descartemos essa opção.

Ah sim, só pra fechar, eu gostaria de saber se dar pra ser melancólico e alegre ao mesmo tempo. Ao vezes eu consigo.

Manifesto e Desespero

Ela estava parada diante dele. Seus olhos inundados. E ele repetia as palavras para ela.
- Acabou. Simplesmente... Chega.
As lágrimas começaram, primeiramente, a brotar tímidas em seus olhos negros e profundos. Elas vinham, suavemente, preencher toda aquela negritude.
- Acabou.
Um soluço. Acompanhado pelo balançar da cabeça negativamente. Não... Não! Não havia acabado! Não poderia ter acabado! Não pode, não pode acabar! NÃO! Aos poucos, os sentidos começavam a se unir, e a pensar como um só...
- Eu não vou...
Ela disse suavemente.
- Eu não tenho como viver sem você...!
Não só seus olhos, mas sua voz estava em lágrimas.
- Eu não vou... Eu não vou... Eu estou te dizendo, eu não vou! Por favor, não vá! Fica comigo, me abraça, me abraça forte! Eu não vou... Eu não vou!
O homem andou rumo a porta, ela postou-se à sua frente, com seus olhos desesperados à altura dos dele.
- Não tem jeito, eu não vou! Eu não vou, eu não vou acordar amanhã e ver que não tem ninguém do meu lado! Não tem como eu viver sem você! Por favor, fique! Eu não vou, eu não vou! Não tem como! Eu estou te dizendo...!
Os braços da mulher agarraram o homem, à procura de um abraço não correspondido.
- Me abraça, me abraça! Me faz sentir sua, me abraça forte, meu amor! Por favor, fica comigo! Você é o melhor homem que eu já conheci!
Ele afastou-a de seus braços. Olhou-a no fundo dos olhos mergulhados na dor e, a passoa lentos, deixou-a sozinha na sala, com seus próprios urros.
- Você vai me amar...

* * *

baseado em http://www.youtube.com/watch?v=V3lTXB4t2so&feature=related