terça-feira, 11 de agosto de 2015

De(s) a pego

Olhar a eternidade passar como quem observa o deslocamento de uma nuvem. Queimar-se inteiro por dentro diante do quão irremediável é o tempo; diante do simples fato de os passos não andarem para trás - apesar de olharmos tanto o passado. Esfumaçamo-nos na tentativa falha de deixar cinzas por um chão que, igualmente, se esfacela aos poucos.

Assim, agarramo-nos a todo resquício de algo que já foi ou possa ser - e surpreendemo-nos com a atualidade de nossas próprias e singulares palavras, e com a concretude de seus sentidos. 

Tudo isso para dizer: calma. Para proferir as mesmas palavras repetidas, relegadas a páginas e páginas azuis, velhos mausoléus de esperanças rasgadas com a fúria de um coração partido - juntado e, enfim, re-partido.

Tudo isso para dizer: tenha fé. É sempre o que sobra no final.

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