Eu não tinha como começar diferente. Diferente daquele chiado gostoso do vinil na voz da Billie... Assim como não podia, não mudaria. Não mudaria absolutamente nada...! Agora temos uma estrela. E não uma qualquer, uma estrela daquelas que chega e se aproxima. Lentamente, vem chegando perto, quase na mesma distância entre a sua boca e a minha. E daí, entra o tempo. E tudo bem... Origami se faz com o tempo mesmo. Cada dobra é tão precisa, que não há por que ter pressa - isso é coisa de coração vagabundo, desejoso de mais.
Assim como o vinil em looping - 4 vezes, minimamente - parece estar o meu coração. As frases se repetem, o vinho, uma calma e uma paz. Uma clareza que só as maiores despreocupações podem sentir... Acho que seria necessário o alfabeto ao contrário algumas vezes pra descrição não sair do eixo; uma ou duas piruetas, sabendo de onde partir e aonde ir; encaixar exatamente cada dobra, com o carinho que só um coração transformado em dedos conhece.
E a melhor parte: um luar particular, daqueles que entra por uma fresta qualquer e ilumina o escuro, sempre indicando o caminho, que é pra frente, pra onde aponta o coração.
Latuf nos deixou. Andará por Pasárgada, Vênus, as mais belas estrelas.
Poetas não morrem, se transformam. Latuf pulsa e brilha, energia cósmica.
Esteja ond...
Nenhum comentário:
Postar um comentário