sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Lápis e a Borracha

O lápis é inquieto.
A borracha, impaciente.
O lápis tenta criar algo de bom.
A borracha não lhe dá chance.
O lápis persevera.
A borracha simplesmente apaga.

- Assim como a nossa vida, tudo que começa, termina.

O lápis em meu punho experimenta, tenta, cria.
A borracha em minha mão seleciona, corrige, destrói.
O lápis, coitado, continua. Escreve, esboça e até gosta de uma, ou duas, ou nove linhas.
E a borracha, o mesmo faz. O limita, o questiona e o aperfeiçoa, fazendo-o dar o seu melhor.

O lápis viveria sem a borracha. Mas a folha ficaria meio suja... Cheia de marcas e riscos por todo lado.
A borracha também viveria sem o lápis. Mas não teria função... Se não houvesse lápis, não haveria o que ser apagado.
O lápis, quanto mais cria, menor fica; assim como a borracha que, quanto mais destrói, mais diminui.

E tudo o que o lápis escreve e a borracha apaga, deixa a sua marca no papel.
Sua história no papel - que absorve rapidamente as marcas deixadas sobre si.

Mas e esse texto escrito pelo lápis? Começado pelo lápis?
Será apagado pela borracha? Terminado por ela?

Não. Pois o que fica no papel é marca.
Mais fraca, mais forte, é marca.

- Assim como na nossa vida, entre o começo e o fim, há marcas que ficam.

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