quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Despertar

Começou de um jeito... Doce e feliz. Não que tenha deixado de ser doce, ainda é. Mas... Feliz? Não tenho tanta certeza. A gente insiste no sonho...! A gente não aprende, não se deixa aprender com os antigos erros e volta a cometê-los. Coração dispara, sem compreender, mas o que podemos fazer a respeito? Se o coração não se entende com a mente, então está tudo... Tudo... Certo. Infelizmente, a gente é feito de sonho, e esse conflito vai sempre existir... Não passou, não sumiu; o desejo ainda está aqui. Modificado? Transferido?

Tão leve contra o vento...! Vai, vem, fica e vai de novo... A vida é feita só de luz, assim como nossos sentimentos e emoções. Ora mais fortes, ora mais fracos... Sopram sem pedir perdão. Brincam conosco, às vezes da pior maneira. Ou talvez, o pior seja continuarmos com o sorriso no rosto, e seguirmos...

Como um barco, sem rumo e sem farol. Sem saber aonde iremos, onde chegaremos e, sobretudo, se chegaremos. E outra vez, nos debruçamos nessa... Nessa paixão, digamos. E caímos fundo, de cabeça bem no meio da amplitude dos nossos desejos. Caímos sem medo de nos machucar, enquanto isso é possível... Gritamos: "Lá vou eu!" e pulamos. Sem medo. Como um barco que já sabe o seu farol, mas o pior é que não sabemos...

Parece um sonho, eu sei. E bem gostaria que o fosse. Seria tão mais fácil, o final feliz garantido... Você aqui nos braços meus, e eu cantando aos seus ouvidos... É só ouvir.

Enfim, apesar de não ser um sonho, eu acredito. Acredito na possibilidade, na esperança e, sobretudo, no destino. Não é pecado, sabe? Querer algo a ponto de acreditar - ou procurar acreditar - na sua concretização... Eu acredito.

Agora, quando começou? Tanto tempo faz? Não... Foi recente. O sol brilhou, eu te vi, algumas vezes. E não quis mais deixar de vê-la. Quis passar e passar e visitar e rever. Mesmo sem precisar. Entre as nuvens gordas no céu, via seu rosto, sabe? É, eu sei. É meio ridículo, mas estava ali. Era você no meu pensamento. A todo instante, misturando-se à paisagem e tomando sempre uma nova forma entre as minhas lembranças.

O que eu quero de você? Um afago, talvez. Um carinho, aham. Um beijo, certamente. Só agora que você notou e parou pra ver. Como a sombra que sumiu, tentei manter-me quieto. Resignado ao meu pobre e não-correspondido sentimento. Mas não consegui. As frases sem falar comprimiam-me o peito de tal forma... Já não há mais planos pra seguir. Já passou? Não. E, sinceramente, não sei se passará...

Murmurar, é o que me resta. Antes de dormir, deitado, enquanto olho para o teto. Escutar o seu cantar nas minhas memórias, enquanto visualizo seu rosto. Lua cheia sobre meus sonhos e pensamentos... Vem ouvir. Meu coração está batendo. Há vida aqui, sabe?


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