Todos os olhos estavam presos no mesmo transe. Amarrados, hipnotizados. Não conseguiam parar. Estavam viciados; arduamente viciados. Naquele corpo ardente, naquele bailar proibido.
Aquele chacoalhar invadia-lhes as cabeças, e perfurava-lhes as sanidades com os desejos mais escusos. A suave batida embalava-os lentamente em sonhos lúcidos, com quereres jamais previstos por seus donos.
* * *
Ela o fazia com uma naturalidade sem igual. Cada passo, cada movimento, com precisão e graça singular. Seu corpo era levado com consentimento. Guiado por um suave enleio, banhado pelo som de cítaras e tambores.
Enchia-me os olhos de lágrimas...
* * *
“Sinta-a. Conheça-a. Seja parte dela. Deixe-a ser parte sua.”
Apenas isso. Apenas esse era o pensamento...
“Mantenha sua mente livre. Não pense em nada. Apenas concentre-se. Concentre-se no sentir.”
Essas palavras seriam guardadas para o resto de uma vida. Vida desta mulher, que agora dançava e bailava divinamente para o encanto de seus expectadores – homens e mulheres.
As palavras herdadas de uma mentora agora já invisível, nebulosa: sua mãe.
Matheus Marques
Latuf nos deixou. Andará por Pasárgada, Vênus, as mais belas estrelas.
Poetas não morrem, se transformam. Latuf pulsa e brilha, energia cósmica.
Esteja ond...
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