É curioso o fato de acharmos que sabemos o que é melhor para nós, quando às vezes tudo isso não passa de uma auto-sabotagem. Podemos afirmar de pés juntos que somos os mais devidos autores das nossa decisões e atitudes. Sabem como é... A - ilusão de - onipotência do jovem ultrapassa os limites da sanidade e às vezes até do ridículo. Nos consideramos a cada ano que passa mais maduros, mais "pé no chão", mas continuamos a cometer os mesmos erros infantis e imaturos! Acredito se tratar de um ciclo. Talvez nunca acabe, e nos aprimoremos a cada minuto, de cada hora, de cada dia, de cada mês, de cada ano que passe. Talvez seja um fado chamado aprendizado. Vovó dizia: uma vez é erro, a segunda, é burrice. Mas será mesmo? O homem cansa de cometer as mesmas falhas tão elementares à sua vida. Será ele burro?
Mas, retornando ao foco do meu insight, acreditei durante toda a minha vida, usufruir de uma liberdade criativa, pessoal, expressiva... E acreditei ter certeza de determinadas coisas na minha vida, tais como metas ou sonhos, que me faziam abdicar de algumas vontades - de um jovem normal, como qualquer outro - para me dedicar ao que era mais importante para mim. Mas esse é o ponto:
Como eu saberia que aquilo era o mais importante para mim?
Sabe? Eu era - mais! - jovem, não sabia exatamente o que queria, ou até tinha uma idéia, mas algo muito vago para me aprisionar daquele jeito...! Hoje, eu acho que o meu conceito de liberdade era meio distorcido; eu era livre para escolher minhas opções, minhas prioridades, meus valores e tudo o mais, mas não percebi que esse conjunto me envolveu numa espécie de redoma ou prisão que não me permitia mais agir em prol de outras coisas... É claro, eu saía, estudava, mas tudo de uma forma secundária; meu foco não era nada disso. Eram apenas distrações. Foi duro, demorou um pouco, mas de repente, a ficha caiu: eu só falava de teatro! Nada mais saía da minha boca, ocupava a minha mente e o meu tempo. Deveria ser muito tedioso conversar comigo, pois o assunto que eu puxava era sempre o mesmo. Sim, eu conversava sobre o assunto que o outro propunha normalmente, mas se dependesse de mim, seria palco, textos, sinopses, coxia...
Talvez toda essa decisão e essa certeza do meu foco, do meu objetivo tenham me afastado das simples dúvidas e questões do cotidiano. Da indecisão, da insegurança, e de tudo isso que um jovem normal sente.
Então... Terá sido essa desventura uma perda ou um ganho?
Latuf nos deixou. Andará por Pasárgada, Vênus, as mais belas estrelas.
Poetas não morrem, se transformam. Latuf pulsa e brilha, energia cósmica.
Esteja ond...
Sim, o homem é burro. O homem vê o que está acontecendo e prefere não fazer nada a respeito, prefere tomar a decisão que sabe ser errada em benefício próprio. Aliás, não é burrice, exatamente: é egoísmo. Desde antes das riquezas, antes das vaidades, dos luxos, o homem é puramente egoísta: se o outro tem mais, eu quero ter mais do que ele. Não é como se isso não devesse acontecer - foi assim que a maioria das espécies sobreviveu ao passar do tempo e foi assim que alcançamos grandes estágios durante a construção da nossa história.
ResponderExcluirAh, sim, bom. Não era chato falar com vc,porque quando a gente se via todo dia eu estava muito mais preocupada comigo mesma - sendo egoísta e chata e crítica.
De qualquer forma, você já pensou que é isso o que quer por que nunca experimentou outra coisa? ;)