sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bailado

Seus pés deslizavam por todo o salão. O casal bailava divinamente. O blues conduzia-os suavemente por diversos cantos de seu amor ainda desconhecido. O agitar de pratos, a corda estancando-se vibrantemente e o enleio do sax... Ah, o sax! A sua aura que envolvia-os num único corpo e fazia-os entrar na mais profunda comunhão que só a música pode promover. O doce retornar ao passo, ao movimento, à dança por toda a extensão daquele lugar.
Agora eles se olhavam. Agora, era de um ao outro. O olhar que buscava a resposta. A mão que, firme, esperava o sinal. O sorriso que, maroto, crescia-lhes nos lábios ao prever o desfecho mais provável daquela valsa.

Je vois la vie en rose...

Ela pensava, enquanto o bailar agora, era o dos seus lábios.

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