sábado, 10 de outubro de 2009

Armadura

Nós somos tão vastos dentro de nós mesmos. Eu sinto como se fosse uma nova parte de mim. Corajosa e medrosa. Impetuosa e receosa. Sem pudor e envergonhada. Ao mesmo tempo que teme... Sei lá, teme alguma coisa, não tem medo de assumir-se humano, com erros, desejos e tudo, tudo que o humanismo (?) pode oferecer. Quero gritar, sorrir, chorar - de paz, de medo, de tudo - quero entender. Acima de tudo, quero entender por que saem lágrimas dos meus olhos enquanto ouço Portishead e teclo meus sentimentos. Eu queria, acima de tudo, compreender... Compreender o que sinto, o mundo, as coisas. Compreender o meu medo de lutar, se é que deve haver luta.
Enquanto a música recomeça, eu retiro a armadura, as falsas ilusões. Cada peça dessa armadura, essa carapaça que eu não sei de onde surgiu é deixada de lado. Retirada à medida que a lágrima rola pela amargurada face. E ei-me aqui: com medo, receio, temor. Ao mesmo tempo, tento preencher-me com alegria, com uma sensação de humanidade, um desejo de parecer completo, feliz. O resultado... Bem, quando eu saber, aviso.

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