terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ele explodiu, moço

Ele explodiu, moço. É, foi sim, eu juro! Acredita em mim... Fedegunda! Da peça! É, foi como o dela... Explodiu de tanto amar. Se bem que eu não amo tanto quanto ela, mas eu nunca vi coração explodir de outra coisa! Ele cresce, se alimenta, engrandece cada vez mais, até não caber mais aqui, no peito. Na verdade, ele ultrapassa o limite do centro e passa a ocupar até o lado direito! É sim...! O senhor nunca viu? Mas não foi assim com a Fedegunda, aquela menina. Ela simplesmente perdeu. Isso, sumiu. Ele foi se esconder dentro de um outro coração, de um outro moço - na verdade, os desejos da própria Fedegunda! É, não é fácil de entender não. Mas desde quando os sentimentos são fáceis? Desde nunca, né!
Então, moço, no meu caso, foi explosão mesmo. Mas não acho que foi por engrandecimento. Acho que foi por agitação mesmo, sabe? E a minha cabeça ajudou, com certeza. Ela foi a grande vilã desse lance todo que envolve o meu coração! Ele é tão inocente, é até grandinho, mas é tão inocente que se deixou levar pela cabeça, essa cobra. E o mais estranho é que o meu é um coração experiente, ele ama bastante, com bastante frequência, apesar de não estar amanda ninguém agora. Isso que é mais difícil de acreditar: um coração tão experiente cair nas garras gélidas da cabeça... A Fedegunda teve a ajuda do Tempo. Ela teve catorze dias, duas horas e um minuto primeiro pra costurar o coração dela. Mas e eu, moço? O senhor pode me ajudar? O que eu faço agora que ele explodiu? Espero se reagrupar? Vou juntando os pedaços, ou mando a cabeça começar o trabalho? Como eu não mando na cabeça, e são muitos pedaços pra juntar, acho melhor eu simplesmente esperar. Até porque, uma hora ele vai ter que bater forte, né? E quando cada pedacinho começar a bater, eu aproveito e os junto todos, assim como a Fedegunda!

É, moço, no meu caso, eu acho que pensei demais, sabe? E o pobrezinho não aguentou...

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