domingo, 21 de novembro de 2010
Versos Alugados de Amor
O que você espera do amor? O que ele te representa? O amor é pra vida, assim como é pro momento. O amor acontece num instante e pra sempre. É efemeramente eterno. É amplo, geral, maior. Quando soubermos ter amor por tudo e todos, tudo será diferente.
With a thousand sweet kisses...
Manifestar o amor é que é uma delícia...! E é o que mais esquecemos de fazer, sabia? Como pode isso? Quantas vezes, você disse 'eu te amo' hoje? As pessoas precisam saber do nosso amor. Dá um gosto diferente a ele. Assim, o nosso amor não só existe, mas vive. Dentro de nós e nas pessoas amadas. Assim, o amor brinca pelo elo invisível entre as pessoas, tornando-o cada vez maior,
Without you the tears dry. Life goes on, but I'm gone... 'Cause I die without you,
Fazer mal e fazer bem
Sem problemas, o ônibus ia percorrendo o seu percurso. Cheguei até a pensar na tranquilidade daquela viagem, ainda que cheia, num domingo à noite. Eis que o ônibus parou, e, ao abrir suas portas de trás, entraram dois rapazes. "Não vou descer", disseram, em tom de brincadeira. Uma mulher, do lado de fora, colocou sua pequena filha para dentro do ônibus, como fazem de costume, aquelas que não querem fazer as criancinhas pularem a roleta. Depois de embarcada a menina, a mãe decide retornar à porta da frente, para a sua devida entrada.
Há um porém.
O motorista não viu que a mãe da menina entraria pela frente. Crente que todos os passageiros já haviam entrado, arrancou com o ônibus. Irromperam gritos e protestos dos demais passageiros. "A filha da moça está aqui dentro!". "Pare o ônibus!". E ele assim fez. Parou o õnibus e abriu a porta de trás, quem sabe com um pedido de desculpas nos lábios. Quem sabe, não.
O que eu sei: dois rapazes prorromperam pelas portas com toda a fúria e xingamentos que podiam expressar. A mãe, desesperada entrou, entre gritos. O que podia ser, quem sabe, uma razão, tranformou-se em brutalidade: os dois rapazes não pensaram nem meia vez antes de pular a roleta e agredir o motorista. O clima no ônibus era tenso, desesperado. Pessoas corriam, outras se abaixavam, outras apartavam.
E a criança? Chorava. Chorava ingênua, assustada, enquanto os que precisavam, ou deviam, protegê-la, buscavam uma certa vingança, ou acerto de contas sobre um mal-entendido.
Até quando a vingança será mais importante que o alento?
Até quando o fazer mal superará o fazer bem?
Que isso passe.
Maior
É justo? Se é, quem determina essa justiça?
É muito mais complicado do que uma questão de justiça, sem dúvida. Mas temos que pensar nisso, não? Quer dizer... A ação é difícil, mas ela se inicia no pensamento. Sempre.
domingo, 14 de novembro de 2010
Nada em Tudo
domingo, 7 de novembro de 2010
Compressão
sábado, 6 de novembro de 2010
Chorindo
Baú de Amor
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Despertar
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Fuga...!
Que delícia isso aqui!
Que sufoco essa falta de tempoq ue não me permite, não me deixa, me aprisiona e me impede DISSO!
DE FAZER ISSO!
De escrever, de postar, de me comunicar, me fazer ouvir, me sentir falar, me sentir, apenas!
Ah...
Posso continuar meu dia agora.
Muito obrigado, ó página em branco.
Muito obrigado!
sábado, 18 de setembro de 2010
BUSCAR - Que eu não tenha medo de procurar. Por favor, que eu seja livre, desimpedido e, acima de tudo, corajoso, para buscar sempre em todos os lugares, sobretudo nos corações alheios. SOLUÇÕES - Quais? Qual é o problema? Ou quais são... Eu nem mesmo sei. Mas eles existem... Por mais que eu não saiba, sinto-os aqui, a me questionar sempre. MUNIDO - Arme-se, filho. Você precisa de um arsenal. Tá difícil... IMENSO - Como a imensidão do universo, do mar. Essa imensidão que eu sei que você possui dentro de você. Essa imensidão que resume a sua pessoa, que o define como é, como não sabe ser e como no fundo, é. DESMEDIDO - Bonito, não? Arrebatador, avassalador, tudo o que mais quero no momento. Que falte medida, que não se meça, que esbanje, que acabe. Que recompense toda a falta... AMOR - Que enfim, venha.
Intensas Asas
Vai ver, é por isso que dizem que sou intenso. Sei lá... Eu até gosto de ser assim, mas gostaria mais se as pessoas também o fossem.
Acho que preciso me adequar ao mundo e prender um pouco minhas asas.
Não sei
Não sei mesmo o que fazer. Não sei mesmo o que quero, não sei nem se quero descobrir. Mentira, eu quero descobrir, fato que eu quero, mas quem disse que é fácil? São tantas as possibilidades que eu mesmo crio, que me perco entre elas e fico ali, navegando sem ideia de onde parar. Seria bom parar, sabe? Muito bom mesmo.
Pena que não seja o caso.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Sobre Nós
De indivíduos, o mundo transborda; todos com seus "tudos", com suas muitas vidas e seus próprios mundos. Se pensássemos que, assim como nós, cada outra pessoa também possui amores, desejos, amigos, sonhos e tudo que a define como é, se percebêssemos isso, a vida seria tão mais bela! As relações seriam mais ricas, a harmonia, mais real. As pessoas seriam mais reais, e seria bem mais fácil o ser humano ser empático - o que acredito ser a solução para grande parte dos problemas do mundo.
E, ao mesmo tempo, esse turbilhão de informações a que chamamos 'homem' curva-se tão resignadamente diante do esplendor da natureza sobre si e sobre a sua quase nulidade, em comparação ao apreciado. Acho lindo isso... Acho, por mais que o próprio homem não saiba, que é um retorno ao que deveria ter continuado a ser a própria essência do homem; é da natureza que tudo surge, e a ela que tudo retorna. Então, acho lindo perceber que o homem, às vezes, lembra-se disso, quando a realidade estética da natureza toma-lhe o controle e, senão pelo uso do sublime, mostra ao homem a sua essência e meio que o coloca em seu ligar: "Desce do palco, homem, quem manda aqui sou eu!"
Mensageiro de Bergerac
No rosto, o máscara liberta-se em si mesma, prendendo-me a verdadeira expressão que se deseja (?) passar. No sorriso, um mundo de autotragicidade, autocomicidade, ou se preferir um belo 'auto-humor-pirandelliano'. Sim, essa mistura preenche-me os lábios tão agitados, a palavrear a torto e a direito, também como útil ferramenta do disfarce.
Então, é a isso que me resumo? Disfarce? De quem? De mim, de você, do mundo? De tudo o que me circunda, me amedronta, me afronta, me ataca. E de tudo que quero circundar, amedrontar, afrontar, atacar.
Que esse meu humor pirandelliano cresça, trazendo o sentimento do contrário às suas últimas consequências a mim mesmo. E aí, então, eu possa recomeçar. Quem sabe, recuperado...
domingo, 20 de junho de 2010
Fé
Sozinha, esperançosa, esperava o dia
Em que o destino, a longe a levaria.
Um desejo. Era só o que faltava.
Não dela, mas do homem que amava;
Nebuloso já, perto dela não estava.
Um impulso. Nada a menos ou a mais.
Como o Vento, que tudo leva e traz
Destinando, ao fim do aguardo audaz.
Uma ponte. Resumido o seu querer.
Não só dele, que começa a entender
O impossível; doce apego do seu ser.
Um soltar. Nada mais a desejar...!
Uma morte. Será esta boa sorte?
Um destinado. Livre e leve, a seu agrado.
Uma fé. Firme e forte ao que se quer.
Inexprimível
Como essa, por exemplo; enquanto sinto o sol a arder-me gostosamente e o vento despentear meu já desgrenhado cabelo, percebo.
É um sorrir mais que só sorrir. Uma alegria clandestina que, de repente, não mais que de repente, transforma-se numa felicidade, aí sim, absoluta.
(Foram estas as melhores e alheias palavras que encontrei para definir tais sensações).
Matheus Ácido
Chega, né?
Não... Está bom?
Uh! Etimologia rocks!
Gente, geometria, que ahazo...
Agora químaica, que máximo!
E sempre tem um quê filosófico, né?
"Haha, se fodeu, otário!"
- Ou não, né... ¬¬
Porra, será que os teatros não têm canhões no proscênio?!
"Inaugural"?! Comigo, é vtnc!
É, realmente, teatro alternativo é o máxemo...
Os loucos são os atores que mesmo, que ovacionam os "lindos movimentos parados".
"A mão pode falar tantas coisas...", sim, existe uma linguagem chamada Libras, buddy.
NÃO GASTE SEUS BRAÇOS! PENSE NA ECONOMIA DELES!
Pureza
Começa-se a perder o ser feliz no momento em que o procura. Pois a felicidade não é uma questão de 'por quê?', e sim de 'por que não?'. Por que não ser feliz? Será que a vida, o sol a queimar-lhe o rosto, as flores a perfumarem-lhe o ar, não lhe são suficientes?
A essência do homem é ser feliz, uma pena ele não saber disso.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Um instante de algo e só
Seria diferente. Seria, quem sabe, realmente, então, 'the only exception'. Seria um mundo, ia ser demais. E eu que achava que, dessa forma, não ficaria preso entre os labirintos do meu coração. Acho que, no fim das contas, esse meu coração babaca vai acabar se intrometendo em todos os assuntos que circundam a minha existência. Ele, simplesmente, não consegue ficar de fora, neutro, observando sem inteferir. Vai ser esse o meu eterno aprimoramento.
Talvez o melhor seja mesmo olhar pra lua e admirar o seu quê de mistério. Pois eu sei que as soluções não surgirão, as respostas não se materializarão e o meu coração não se renderá. Nunca. Pois esta é a sua sina:
Buscar soluções munido de um imenso e desmedido amor.
Só Você
Que eu nem sei quem é.
Que não me imagino sem.
Que vive forte no meu desejo.
Não, nenhuma outra mulher.
A mais perfeita? Nem.
Somente no meu almejo
Ela existe, e até
Que eu a encontre, ninguém
Suprirá o vazio no meu peito.
Desvício
Um viciado, um maníaco, um o que?
Um descontrolado, um impetuoso, um dependente?
Um carente, um envolvido, um querer-ser-envolvente?
Um descontente.
Um insatisfeito, um desejoso, um incerto.
Um confuso, um indizível, um amante.
Um corpo, um beijo, um toque.
Uma conchinha, um cobertor, um frio.
Um calor, um sorriso, um sussurro.
Um chupão, uma marca, uma música.
Acima de tudo, um viciado, desejoso de querer ser algo.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Bailado
Agora eles se olhavam. Agora, era de um ao outro. O olhar que buscava a resposta. A mão que, firme, esperava o sinal. O sorriso que, maroto, crescia-lhes nos lábios ao prever o desfecho mais provável daquela valsa.
Je vois la vie en rose...
Ela pensava, enquanto o bailar agora, era o dos seus lábios.
Chama Semi-Acesa
Escape
E agora, que direção tomar?
Sigo?
Volto?
Viro e recomeço?
E agora? - Expressão tão, por mim, odiada.
Agora, que eu digo.
Neste exato momento,
Que não mais o é,
pra onde eu fujo, me diz.
Onde?
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Música e Texto - Beautiful
A maquiagem já estava borrada, tamanha a quantidade de lágrimas derramadas. O cabelo fora desfeito num acesso de raiva, A roupa, tão estranha àquele corpo, parecia querer deixá-lo. O espelho diante de Clara compadecia-se da própria menina que, face à própria e ridícula imagem refletida parecia enxergar-se pela primeira vez de verdade. Sorriu.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Na Medida
Te acho na medida, sabe, menina? Na medida da beleza, na medida do descolamento, da meninice, da molequice... Você é um mosaico de medidas perfeitas que cria uma imagem tão bela à primeira vista (de mulher forte, garota cool e descolada) e mais bela ainda à segunda (sim, há uma donzela por detrás do sorriso cool).
E eu acho isso lindo. Tão lindo, quase intimidador. Mas acredito que esse seu vasto coração multifacetado vale a pena ser explorado. E, pra isso, sim, assumo riscos.
Te quero, menina. Todas as suas partes.
sábado, 22 de maio de 2010
Ciúme Precoce
Quando você namora alguém, você já foi escolhido. Ela já te quer, amigo. O coração dela é seu, assiste a você mantê-lo dessa forma - e, cá entre nós, eu sou bom nisso...! - Então, caros, atentem, certo? Cada qual na sua estratégia ou falta dela. O que me lembra de um ponto muito importante: impetuosidade/espontaneidade não é o mesmo que sinceridade, logo uma coisa não tem nada a ver com a outra. Minha dica? Evitem a primeira. Não fiquem com essa palhaçada de "vou expressar meus sentimentos puramente e fazer o que eu quiser! Vou ligar pra ela 5478 vezes por dia, mandar 50 SMS's por hora e, é claro, ficar de plantão no msn!". Acordem, beleza?
Eu entendo esse furor de paixão. Essa eletricidade que o início de sentimento causa, e, particularmente, adoro! É uma sensação gostosa - não há outra palavra que descreva melhor! - demais. Todo o ritual do quer-não-quer (porque 'flerte' é uma palavra antiquíssima) é uma delícia, uma incerteza saboreável, mas não se esqueçam de tentar ser minimamente racionais.
E eu digo 'tentar', pois sei que é algo difícil de se conseguir realizar - captaram o tom 'experiência própria'? -, mas cujos resultados são muito proveitosos, então tentem tentar. Sejam tentados a tentar, ok?
E quanto ao ciúme...
Para Shakespeare, ele é um monstro de olhos verdes (será coincidência ser essa a cor de meus olhos? xD)
Para outros, é o tempero do amor.
Para mim, é o princípio de uma certeza...!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Nebulosa
"Entre por essa porta agora.
E diga que me adora.
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida.
Vem, vambora...
Que o que você demora
É o que o tempo leva..."
Assim se fez até sempre. Até a jovem se tornar um borrão naquele lugar; até ela fundir-se ao luar, unir-se à noite e ficar a cantar, por meio da brisa, os mesmos versos tatuados na sua alma, então, nebulosa.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Essa tal Coisa
Foi tão bom quando eu descobri essa tal coisa que nos morde e nois torna diferentes. Essa tal coisa que faz-me querer mandar um monte de mensagens de texto quando ponho-me a dormir... Foi maravilhoso essa autodescoberta. Descobrir esse sentimento e abraçá-lo sem medo. Querê-lo, amá-lo com tamanha sinceridade incabível em palavras, inexplicável em signos; expressável somente a quem o sente.
Essa tal coisa já fez-me escrever tanto e querer tanto o abraço, o toque, a presença de outras pessoas junto a mim. Ela também já deixou-me tão confuso... Tão, mas tão perdidamente louco no espaço entre a certeza, a dúvida e o gostar.
Essa tal coisa que, você leitor, acredita que seja o amor; mas é muito maior: chama-se carinho. Uma das melhores coisas que uma alma pode transmitir à outra.
Apenas Adormecido
Pode falar: esse sem jeito é uma delícia, né? Imagino se passou alguma ideia pela sua cabeça.. Confesso não saber bem o que achar nesse caso, mas sei, tenho certeza que algo se passou...
Ó, minha cara, saiba que não há monstro inexistente, apenas adormecido - aparentemente, querendo acordar. E saiba, acima de tudo, que é perfeitamente entendível, ok? Especialmente no seu caso. E que caso, hein.
Perspectiva
E é essa a magia do teatro. Por mais que tudo seja igual, sempre irá mudar. De ator a ator, de sílaba a sílaba, de referência a referência, tudo se transforma, se adapta, se transmuta no transmissor daquela mensagem, o qual, certamente, carrega muito mais ela do que o próprio autor.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Se Deixar
Se Deixar - Matheus Marques
Caminhando, passeando
Sem destino, apenas contemplando
As surpresas da minha vida.
Que dão valor, que dão amor,
Que me fazem senti-la
Como ela é, como deve ser,
Como a devemos ver:
Com olhos de esperança;
De forma positiva!
Quando estou feliz
E me sinto bem, não me deixo importar
Com o que os outros têm
Para me abalar...
Acredito em você.
Acredito em mim.
Acredito em viver,
Acredito em sorrir.
Acredito: o presente, na palma da mão.
Acredito que viver seja a solução.
O passado é passado;
É pesado demais pra carregar.
O que importa é o agora e o aqui,
Que vão dizer, que vão reger
A vontade de sorrir
Como ela é, como deve ser
Como a devemos ter:
Espontaneamente,
Com lábios de alegria.
Há de ter paixão, além de querer,
A esperança dominar você
É essencial, pro sonho ser real!
Acredito em você.
Acredito em mim.
Acredito em viver,
Acredito em sorrir.
Acredito: o presente, na palma da mão.
Acredito que viver seja a solução
Viver sem hesitar.
Viver sem se preocupar
Viver, viver, viver, viver, viver, viver e se deixar sonhar!
Viver sem hesitar.
Viver sem se preocupar
Viver, viver, viver, viver, viver, viver e se deixar levar!
Contente Contágio
A forma espontânea como ele surge. Eu lembro cada pequena torção da sua feição até ele se criar, sabia? Esse lento movimento que transforma cada pequena parte do seu rosto numa peça estimadíssima de um raro mosaico perdido no tempo: a alegria pura e plena.
Enquanto busco palavras para traduzi-lo, ele fixa-se mais e mais em mim. Percebo-me sorrindo também, e percebo que, além de lindo, o seu sorriso é contagioso.
Então, sorria, meu bem. Sorria para o mundo, e incite-o a partilhar da sua alegria, do seu charme e, sobretudo, da sua esperança.
sábado, 8 de maio de 2010
O rapaz do fone e lágrimas (fragmento)
Subiu as escadas em direção ao terraço. Sentiu o vento frio recepcionar sua chegada. Ventava forte e o céu estava escuro na sua maioria. Seus passos trêmulos o locomoviam devagar, uma mistura de medo e frio. Enquanto se afastava cada vez mais da porta, sentia uma estranha sensação de liberdade e... Uma mais estranha ainda felicidade! Ele não conseguia explicar... Era como se a sua tristeza tivesse alcançado o seu ápice, e agora, em seus últimos minutos, se transformado num sentimento de confusa alegria; uma tática da loucura e do desespero para lhe dar mais certeza e vontade, pois agora era o que restava: certeza, coragem e saudade. Muita saudade das bochechas ruborizadas, cuja felicidade dependia do outro, estava além do fone e da lágrima.
Ao fundo daquela cena, ao final da linha do horizonte, o sol parecia lutar contra as nuvens que fechavam o céu. Em breve, o tempo mudaria. O tempo lá fora; o lá dentro não. O fone tocava a vinheta da certeza e as lágrimas já haviam secado. Nada mudaria.
- Para!
Nada?
Aquela voz que sempre ressoava através dos fones. Que, diluída nas lágrimas, atingiam o íntimo do rapaz. Aquela voz viera.
- Não faz isso...
As suas bochechas não estavam ruborizadas. A sua face não estava tranqüila. Seus cabelos eram levados pelo vento. Seus olhos afogados suplicavam. Ele se virou. Um filete de água descia do seu olho esquerdo em direção a sua boca. Ele encarou-a sorridente. Viu a pena no olhar dela. Ela se aproximou do parapeito, onde ele estava em pé, sem tirar seus olhos dos dele. A menina das bochechas ruborizadas estendeu-lhe a mão e o trouxe para perto de si, tirando-o do degrau. Diante dela, percebeu: a distância nunca foi tão pequena e tão enorme. Lágrima rolou pela face não mais ruborizada.
- Não vale a pena. Eu não valho a pena... – A boca vacilante quase implorava. O rapaz apenas a observava, com mesmo sorriso indecifrável. Ela o olhava apenas nos olhos; ele buscava cada centímetro do rosto amado; buscava fixá-lo para não esquecê-lo. Acarinhava a pele dela; sentia o seu aroma... E espremia seus cansados olhos para prender em sua mente as lembranças felizes. As mensagens, as músicas, até as lágrimas.
A dor do rapaz foi percebida pela menina, que levantou a sua mão e a conduziu ao rosto dele. Rápido e indolor, ele afastou-se para trás, e ela, insistentemente, foi ao seu encontro. Agora, quem olhava fixo era ela, com ambas as mãos no rosto dele, as lágrimas soltas em seu rosto e um crescente desespero em seu peito, ante a possibilidade de acontecer o que tudo indicava.
- Por favor. Por favor...! – ela tentava – Olha pra mim.
E os olhos abriram-se e a viram como nunca antes. Ela implorava. Implorava com todas as suas forças. Implorava covardemente com artifícios mais que tentadores... As bochechas, a boca, os olhos...! Suas feições ajoelhavam-se aos pés dele. Ele sabia. Só havia mais uma saída, uma saída covarde. Os olhos estavam decididos. O sorriso já havia desaparecido. Havia apenas mais um teste, uma última prova cuja reprovação decidiria o desfecho daquela tarde. Ele a olhou fixamente, e, assim, curvou suavemente sua cabeça na direção dela; seus olhos se encontravam, seus rostos se aproximavam, e suas bocas quase se tocaram, antes da menina esquivar seu rosto e, em vez de lábios, oferecer bochechas, novamente ruborizadas.
Reprovação.
- Adeus... – sussurrou-lhe aos ouvidos, com todo o carinho que conseguiu transmitir.
E num mergulho para trás, o rapaz do fone e lágrimas jogou-se no mar salgado de todo o seu amor, para nele se afogar. O grito da menina de bochechas ruborizadas ficava mais e mais distante, até tornar-se inaudível no limite entre a vida e a morte. Nem mais uma lágrima. Os olhos secaram, inertes, presos num infinito atemporal. A música continuava a tocar, ainda melancólica, repetindo ao mundo a sina daquele rapaz. E continuava suave enquanto as pessoas se aproximavam. E continuava lasciva enquanto a menina amada se ajoelhava. E continuava sublime enquanto ela cerrava os olhos secos e ainda indecifráveis.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Bacantes
A música, não tão alta, embalava o que viria a seguir, por mais que os envolvidos ainda não soubessem, apenas desejassem. Num repente e numa sombra, um beijo - há muito desejado. Acima de tudo, uma satisfação e um indicador sobre lábios:
- Escondido é sempre melhor.
Outro sorriso, agora cúmplice. Cumplicidade essa que se repetiu pelo resto da noite que se abria. A espreita, o perigo, o frisson... Foram bons enquanto duraram, até que, com a descoberta dos bacantes, acabou-se a graça - pelo menos, aquela.
Num outro repente, um ataque. Da outra parte, ou "partes". Sim, a covardia de duas forças sobre uma que, após lutar com (falsos?) escrúpulos, rendeu-se e entregou-se. E não se arrependeu. Felizmente, o álcool não havia lhe tirado a sanidade, talvez parte do bom senso, apenas (ou seria "ainda"?).
O fim da noite foi marcado pela persuasão. Pela eloquência de palavras quentes ao pé do ouvido... Mas, sobretudo, pelo toque e pelo calor - no seu sentido mais humano - trocado entre aqueles corpos e almas.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
The Only Exception
You are the only exception. You are the only exception...
...fez-me pensar em tudo. No que faço, no que quero fazer, no que você representa pra mim. E por mais que 'nada' pareça satisfazer a todas as questões anteriores, sinto-me fugindo do que realmente... Estou sendo, digamos. E isso faz-me, mais uma vez, refletir.
Are you the only exception? Are you the only exception?
sábado, 6 de março de 2010
Coming and Going
The flowers died. They fell.
The seasons has come and gone.
They were fast. Faster than before,
When you were here.
The wind has come and gone.
It's always coming and going...
The love has come and gone.
But... Like the wind? No,
I don't think so...
The love has come and gone,
But won't come again.
Unfortunately.
The rain has come and gone.
It cleaned us up and went away.
It purified us, thank God for that.
That music, that beautiful music has come, but hasn't gone yet.
It's still in my mind.
Playing when I remember you.
The passion has come and gone.
The flame is now low. Almost erased.
But it's still there. Waiting hopelessly.
Yes, hopelessly.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Traição
-Não te perdoo!
- Por favor...!
- Não há perdão.
- Eu imploro!
- Não há por que...
- A ti eu choro!
- Não há razão.
- Tu me feriste
Fundo demais
Até minha paz
Tu demoliste...
O vinho do amor
Dado por ti,
No sangue da dor,
Se irá diluir.
- Imploro perdão,
Paixão e amor!
Não foi o que quis
Causar-te tal dor...
Até na raiz
Do meu coração
Eu sinto o teor
Da traição...!
- Não posso mais...
- Olha pra mim...
- É forte demais!
- Não faz assim...
- Só de te ver...
- Sou teu amor!!
- Me sinto morrer!
- De dor ou amor...?!
E se calou
Na noite escura.
E terminou
Na mão da loucura.
E adormeceu
A flor traíra
E se acabou
Com toda a ira.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Arpoador
Esquivando-se dos elementos alheios, ele decidiu voltar-se a um diálogo mais concreto. Abandonou sua reflexão e caiu no diálogo. Sim, diálogo, já que não estava sozinho. Junto a sua (absoluta?) companhia, envolveu-se num papo que não acabaria mais. Viajaram a âmbitos distantes, como preferências, bobagens, Platão, filosofia e tal... Quem diria, hein? O sol caindo, palavras sendo trocadas, intercaladas, obviamente, por risos, e certa dificuldade em achar o caminho de volta. Talvez devessem tomar uma lição com João e Maria para a próxima vez...
A neblina da orla adensava-se. A noite já havia caído. Era hora de emergir daquele universo infinitamente restrito, pelo menos por enquanto. Seguiram seus passos por onde haviam chegado, refizeram o trajeto, e o rapaz deu um vago e silencioso adeus ao recém descoberto local.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Ainda quero
Primeiro Encontro
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Prometeu Acorrentado
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
À Amanda
As mais belas e doces palavras
Não representam o que vive no fundo da minha alma
A súplica e imensurável dor a qual lhe submeto
São puros símbolos da minha covardia.
Eu não deveria, você não merecia...
Contudo minha alma extremamente sofria.
A frente de um abismo, temia cair.
Temia que o amor que sentes por mim viesse a fugir.
A cordada forca em meu pescoço pendia,
O calço em que me apoiava, dos pés me fugia.
O dano a mim provocado
Feriu-me fundo demais.
Tentando domar o desconhecido
Fui infeliz, fui incapaz.
Fiquei, então, sem saída.
Para tudo se reverter, nada podia fazer.
Havia apenas uma solução:
A ponta da faca em meu coração.
Havia também coisas boas.
Nossos dias juntos, nosso amor compartilhado
A paixão, o amor, nossos corações selados.
Sinto teu perfume ainda a minha volta...
Que fardo horrível pesa-me a saudade!
Sinto-te comigo, sempre, a toda hora...
Agulhas afiadas retirando-me a sanidade.
Buscando uma saída, finalmente a encontrei.
Agora, aos problemas colocarei um fim.
Digo-te, querida, para sempre te amarei...
Num elo inquebrável, deixo-te presa a mim...
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
...maior que amor.
Além dos dois.
A vontade de entregar-se por completo ao outro. Dar-se de corpo, mente e alma. Sem vergonha, sem pudor... A vontade de rasgar-se por dentro, entregar seu coração, arrebatar-se no papel, despir-se por completo de qualquer vergonha, qualquer lamentação; a vontade de rolar pela lua ao lado do seu amor, a suspiros quentes em sua nuca, entregando-lhe os lábios quentes, sedentos, umedecidos, pela vontade, a espera, pelo carinho, pelo amor!
A vontade que não entendia, mas arder sentia, no fundo do seus ser...
A vontade de acordar sorrindo ao olhar pro lado e ver o corpo despido da pessoa que você ama, a pessoa que o completa, o alucina!
Olhar pro nada e só ver o rosto da pessoa amada, sentir-se morrer de felicidade, querer morrer de felicidade, de amor, de ardor...
Sentir-se, pela primeira vez, completo, sem nada estar faltando, apenas o contato, o toque, o gosto da outra pessoa...
Morrer de Amor...
Era um sentimento que fazia a luz do sol refletir nas sempre presentes lágrimas de seus olhos, e lhes darem um brilho diferente. Um brilho mágico. Lágrimas que brilhavam numa sinfonia distinta. Brilhavam no ritmo do amor. No tempo da paixão. Paixão que consumia os dois amantes de forma indescritível. De uma forma inexpressável. Não bastavam beijos, carinhos, beijos, atos, nada que pudesse sintetizar o que esses dois loucos apaixonados sentiam mutuamente... Nada.
Era uma força maior do que tudo. Maior que o mar, o céu, o sol. Maior que as luzes, as juras, as promessas. Uma força não denominada. Conhecida por ninguém além dos dois.
O que eles sentiam era maior que amor. Maior que paixão.
domingo, 10 de janeiro de 2010
No Desconhecido - 02
O receio e a ousadia flertavam no interior de Mina, que desejava desbravar o castelo onde estava, envolver-se naquela névoa, naquela sombra de mistérios que pairava pelo ar. Fundir-se a ela, e vagar imaterialmente pela história daquele local, tornando-se parte dela. Seus olhos fascinados orbitavam pelo teto, assoalho, paredes e chão. Seus lábios resignaram-se em silêncio, para não atrapalhar o sentido que ora reinava. Sua mente já não era mais dela; há muito havia desprendido-se de Mina para brincar com as mentes de outras belas donzelas que ali haviam estado e, igualmente, perderam-se em nebulosas sonhadas.
No estado em que estava, Mina não percebeu esbarrar com seus dedos na ponta da mesa central. Uma sensação estranha percorreu-lhe como um choque; seus olhos reviraram, as cores transformaram-se, imagens distorcidas formaram-se diante dos seus olhos, tudo numa fração de segundo, duração do contato estabelecido com a mesa. O que havia acontecido? Que sensação fora essa? As cores, as formas, tudo... Aquilo tornava-se mais estranho, o que haviam feito com ela? Ofegante, ela percebeu: uma única maneira de saber. Seus olhos desceram ao encontro da mesa, fecharam-se em sua própria escuridão, e os dedos da jovem procuraram, num repente, o toque. Uma onda avassaladora encolheu Mina a sua própria esfera, e a fizeram revirar-se num plano jamais habitado. As cores, as imagens, tudo transmutava-se a um universo atemporal em que Mina, num baque aterrissaria em breve. 'Não rompa o contato, não rompa o contato!'. Em breve, ela esperava saber aonde estava indo - se, de fato, estivesse.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Far Away
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Merci
Adoro a sua facilidade em entender o que os outros pensam e sentem. E como você usa essa habilidade para nos causar tão bem! Adoro demais... Como você chega a um tão recente desconhecido e oferece toda a sua... Eu não sei. A sua atenção, o seu carinho, o seu vocabulário rebuscado. O seu coração. Acho isso lindo.
Adoro como o seu conselho serve-me como uma luva. Adoro o seu entendimento. A sua eloquência e a sua paciência, preocupado realmente em ajudar. E, saiba, que esse conselho que me deu, na verdade, é para resolver um problema criado (também) por você, ok? Afinal, você tinha/tem dúvida que uma dessas pessoas por quem tenho tanto carinho é você?
sábado, 2 de janeiro de 2010
In Memorian
Lembro-me particularmente das crianças. Tinha um Rodrigo (ele seria o galã mirim das férias e, obviamente, eu o invejava secretamente, já que eu me considerava o Cyrano de Bergerac da galera), um garoto que chamávamos não-carinhosamente de Cagão da Camisola (por causa da sua sorte na sinuca e do horrível roupão de banho que usava sempre), umas outras garotas das quais tenho vagas lembranças, um tal de Pedro, provavelmente, Henrique (que era, eu acho, o mais meu amigo). Tinha também uma velha que pescava...
Mas o que não me sai da cabeça é a menina. Yumi. A filha dos donos da pousada. Lembro-me nitidamente dos olhinhos puxados. Do aparelho fixo apenas nos dois dentes da frente. Teve um dia que ela me chamou pra brincar de mímica com ela e as outras crianças. Eu adorei! Sentei com eles no jantar e comi aquele frango gostoso da mãe dela... Foi realmente muito legal. Eu lembro que havia uma placa do lado de fora do quarto dela, escrito 'Yumi's Place'.
Quando li a reportagem meus olhos encheram d'água. Aquele lugar em que já havia estado. Aquelas pessoas que já havia visto. Aquela menina com a qual já havia brincado... Violentamente retirados do mundo. por um deslizamente de terra. A tão difícil e bela localização daquela pousada tornou-se a sua própria algoz. Assim. De repente. Sem esperar, sem despedir, sem ameaçar, sem dar chance, a Morte levou-os embora.
Eu sei que tudo acontece de acordo com um plano. Acredito no invisível e no não-acaso. Então sei que não é fim, e que agora a plaquinha 'Yumi's Place' apenas está em outro lugar.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Sonhos de Artifício
'Feliz Ano Novo!'
Os fogos retumbam fartos e animados pela noite. Gritarias, mais sorrisos, muito champanhe, muitos brindes e muitos votos. Desejos de paz, de saúde, sucesso, concretizações e tudo o mais. É um momento em que a alegria paira pelo ar. Todos se esquecem de qualquer problema, seja de escala pessoal ou mundial e concentram-se na própria alegria. Mais um ano. Mais uma oportunidade de se alcançar felicidade. Mais uma esperança, e uma vitória na luta de se viver no mundo.
Desejo um ano de muitos sonhos. De muitas concretizações de sonhos. De muita luta, pois não há plena conquista sem luta. De muito amor - all you need is love... De muitos sorrisos e muitas lágrimas - para que possamos perceber, a todo momento, que estamos vivos!
Feliz 2010.